quinta-feira, 29 de outubro de 2015

MEDITANDO NA COZINHA FILOSÓFICA CHINESA / 2016


RIO DE JANEIRO:
4, 11, 18 e 25 de abril (módulo 1) R$400
2 e 9 de maio (módulo 2) R$200

inscrições: www.correcotia.com/rio

Por que sinto mais frio quando como salada? 

Por que pimenta me dá hemorroida se  se o Fulano se curou dela com pimenta? 

Por que colocar sal na língua cura soluço? 

Por que sinto mais calor à noite quando como chocolate?

Por que “cozinha tradicional chinesa”?

Porque é o exemplo mais antigo de alimentação saudável sem preconceitos. Cinco mil anos atrás os chineses já percebiam que uma vida boa depende da boa digestão. E que o bom alimento nutre o corpo e a inteligência, harmoniza as emoções, dá energia para novas descobertas e conquistas.

Num momento em que tantas pessoas se deixam atrair por comidas fáceis e rápidas, que resultam rapidamente em mal-estar e doenças, um olhar sobre a tradição pode ajudar muito a recuperar a noção de saúde e equilíbrio. “Meditando na Cozinha Filosófica Chinesa” traz à tona as propriedades sutis dos alimentos, reconhecidas por todos mas raramente comentadas.

É um olhar que une naturalmente o alimento ao remédio. É um sistema complexo  cuja simplicidade se revela à medida que nos abrimos para ele.

Meditar na cozinha filosófica chinesa começa com um aprendizado agradável e divertido. Com o tempo, cria uma forma de raciocínio para evitar muitas das grandes encrencas médicas e hospitalares da vida.

O curso se baseia no livro “Manual do herói”, que troca em miúdos a antiquíssima inteligência  que influenciou todo o Oriente. No Brasil tem ajudado estudantes e profissionais de acupuntura, shiatsu, dietética, nutrição e medicina a ampliar de forma prática o conhecimento sobre causas, condições e tratamentos. Ao leigo, oferece elementos que permitem recuperar e manter a saúde de maneira simples e lúdica, usando para isso as formas, as cores, os sabores e o potencial energético daquilo que se colhe na horta e se compra na feira.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Meditando na cozinha

São muitas as formas de meditar,
todas com o mesmo objetivo: pacificar
a mente, que não conhece limites e não
para quieta um instante. Meditação é um
jejum mental, onde se procura não pensar.
Seja em silêncio ou cantando mantras,
depois de um tempo as preocupações
desaparecem e mesmo o principiante
percebe que a mente se acalmou.

Cozinhar também pode ser meditação.

Uma, porque leva tempo, exige paciência e entrega.

Duas, porque se você não põe a mente no que está fazendo
pode queimar a comida, salgar demais, temperar de menos,
entornar o azeite, errar a receita e cometer toda sorte de erros
e distrações, que acabariam em sabe Deus que tragédias!

Três, porque essa combinação de paciência, entrega e atenção
dá margem a micromeditações – enquanto você faz não
pensa, não julga, apenas observa.

Por exemplo, lavando um maço de cebolinha verde. Claro
que sua porção viking poderia cortar de um golpe as raízes,
geralmente com um bom tanto de bulbos junto, descartar
sem mais delongas as folhas meladas e passar tudo debaixo
da torneira sem nem se dar conta do que está fazendo.
Mas que delicadeza trabalhar com as cebolinhas
na água corrente separando os bulbos, puxando
para baixo as folhas murchas e vendo finalmente
a cebolinha aparecer perfeita! Não faz a menor
diferença no gosto da comida, mas estabelece a
prática da contemplação da natureza, o que já é
uma forma de meditação.

Ou seja, faz diferença para você.

Os japoneses têm longa tradição tanto na arte
de meditar quanto na de lidar com vegetais,
produzindo lindos pratos a partir das formas,
cores e texturas que oferecem ao paladar.

Têm também as melhores facas e tábuas, e uma infinidade
de utensílios impensáveis antes e indispensáveis depois –
pequenos raladores para gengibre, descascadores,
peneiras de bambu, colheres, espátulas, pinças, recipientes
para cozinhar no vapor – enfim, a boa loja de produtos
japoneses é a disneilândia da cozinha.

Agora, no tocante a panelas, sejamos Brasil: as de
pedra-sabão, mineiras, são imbatíveis. Feitas de uma
coisa completamente natural, pedra, curada no forno
com outra coisa completamente natural, óleo. Pesadas.
Não pode lavar com detergente porque entranha, só sabão
e esponja. Em compensação, nenhuma outra panela vai
refogar cebolas no azeite com tanta ternura quanto a de
pedra: devagar, cozinhando cada partícula de cebola até
deixá-la doce e transparente, e se continuar fica dourada e
vira manteiga de cebola, uma coisa maravilhosa para passar
no pão. (Não rende, ponha no mínimo dez cebolas.)

Importantíssimo no ritual da cozinha: não perturbá-la
batendo colheres na boca das panelas, fazer tudo
silenciosamente.

A leveza ao pousar a tampa no bule
ensaia a leveza da vida. Mexer uma panela
prestando atenção é igual a desenhar uma
mandala, faz efeito no ser inteiro.

Comida e alma se dão muito bem. Cozinhar pode ser
uma prática tão rica em significados e insights quanto
qualquer outra.

Além de acalmar a mente, como toda meditação
que se preza.
::::::::::::::::::::

Alô alô, Vila Madalena, SP: vamos meditar na cozinha?

informações e inscrições: www.quirovitao.com.br

quarta-feira, 6 de maio de 2015

ALÔ ALÔ, RIO DE JANEIRO! SEMANA QUE VEM COMEÇA O CURSO DEIXA SAIR


4a feira, 13 maio, 18h30 a 21h30
O QUE DEIXAS SAIR
TE SALVARÁ
Hálito, secreção nasal, lágrimas,
remela, meleca, catarro, corrimento,
urina, fezes, gases, suor, arrotos, espirros, 
furúnculos, espinhas: o corpo é um sistema 
autorregulável que elimina o que não serve mais.
Se algo fica retido, ele se complica.
Como ajudar as eliminações?


4a feira, 20 maio, 18h30 a 21h30 
COMER OU NÃO COMER,
EIS A QUESTÃO
Comida de mentira, comida de verdade: a função
medicinal dos alimentos tradicionais nos cardápios
saudáveis. Cores e sabores. Carne ou arroz integral?
Quais as gorduras que fazem bem? E para quem
só come fora de casa? 

4a feira, 27 maio, 18h30 a 21h30
SOMOS UM CONDOMÍNIO
Os limites da pessoa e a influência dos hóspedes
que minam a saúde. Parasitoses e candidíase, evitar
e tratar. A cozinha medicinal que privilegia a digestão
e a limpeza de parasitas. 

local: Flex Center - Salão Esmeralda
Largo do Machado 54
metrô - estacionamento na praça e no prédio 

inscrição somente online: correcotia.com/rio

boleto, débito em conta, cartão, parcelamento

r$360,00

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Vou à Amazon comprar uma Olivetti

                    


Pronto, gente, já estão na Amazon meus dois primeiros eBooks: Candidíase, a praga e A dieta do dr. Barcellos contra o câncer e todas as alergias.

Logo vou converter os outros. Novo formato, nova experiência editorial. Desde a máquina de linotipo passei por muitas. Haja coração.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

ALÔ SÃO PAULO: MEDITANDO NA COZINHA ~ SESC CONSOLAÇÃO

Maravilhosa oportunidade para mim de estar com meu público paulistano: de 22 a 24 de abril, no Sesc Consolação, rola o curso Meditando na cozinha. Até dia 16 as inscrições esperam pelos credenciados do Sesc, e só depois as vagas restantes são liberadas para quem não é. Vejo vocês lá?


http://www.sescsp.org.br/aulas/57291_MEDITANDO+NA+COZINHA+COM+SONIA+HIRSCH 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Uma charrete e uma Olivetti

Entrei tarde no mundo digital. Já lia a Cora Rónai no JB mas ainda batucava meus textos na pequena máquina de escrever Olivetti que me acompanhou nas mais deliciosas aventuras com as palavras. Eis que veio o primeiro computador, depois o segundo, depois não sei quantos, e hoje a maior parte do que faço é conectada nesse admirável mundo novo que pisca dentro da luzinha do modem.

Oito anos atrás resolvi me mudar para a casa onde passava fins de semana. Sempre gostei da roça, das plantas, dos pássaros, de contemplar a natureza e me espelhar nela. Também do mar, sim, muito, mas a escolha foi pelas montanhas altas que me dão proteção e conforto, mais um frescorzinho extra à noite. E o que desencadeou a mudança? Uma oferta de banda larga da Oi, logo após a chegada do telefone na região.

Contava com os problemas. Luz faltando volta e meia. Primeiro consegui lampiões a gás, vendidos abertamente enquanto os bujões pequenos que os alimentam só saiam da loja por baixo do balcão. Soube que estavam proibidos, mas logo aprendi que os motoristas que entregam gás se encarregam de enchê-los e cobrar o triplo do que valem. Aprendi também a colocar a camisinha, não me entendam mal, e tacar fogo nela até obter a luz incandescente que me salvava da escuridão. Um dia apareceram as boas lanternas de led, recarregáveis, de chacoalhar, de apertar – todos os tipos frequentaram a casa por algum tempo, logo substituídos por outra maravilha iluminante.

Nem lanternas nem bujões a gás, porém, me permitiam usar o desktop, e a bateria do laptop ficava me pressionando para acabar logo antes que ela mesma acabasse. Assim não dava. Inspirada num vizinho, catei caraminguás na poupança e investi num sistema simples que só me deu alegrias: uma boa bateria de carro, um carregador de bateria e um inversor de corrente. Hahaha, digo eu quando a luz acaba. Tomo banho quente com aquecedor a gás e não me abalo nem um pingo em relação ao desktop, que está ligado no bendito inversor o tempo todo, me dando exatamente o conforto que eu esperava e mais: a gratidão que se tem hoje em dia por qualquer coisa que funcione corretamente.

Já a banda larga deu trabalho. Não tem viabilidade técnica, disse o rapaz no telefone oito anos atrás. E eu: Meu senhor, isso não é possível. Vocês ofereceram. Queimei meus navios e me instalei aqui, construí casa nova e me mudo em um mês, tem que ter banda larga porque eu trabalho com ela. Vou passar a senhora para o supervisor. Sim. E o supervisor insiste na falta de viabilidade, enquanto eu insisto no fato de que eles é que provocaram minha mudança, como ofereceram se era pra não cumprir? E o rapaz: Mas a senhora não tem prova de que o serviço foi oferecido. E eu: Como não? Tenho o email da firma tal, tá aqui. Ah, então manda pra mim.

Mandei. Diante do inevitável, fizeram o mínimo possível e me instalaram aqui uma bandinha de 600k, medindo na hora um download de 150k. O rapaz ria de orelha a orelha: É bem mais que uma conexão discada, a senhora vai ficar confortável.

Fiquei, de fato. Menos quando dava problema no poste. Ou chovia. Ou ventava muito. Ou um raio caía. Lá ia eu com o laptop para a lanzinha do povoado, trabalhar de pé no balcão durante duas, três horas.

De lá para cá o sinal do celular começou a dar o ar da graça. Assaltei a poupança de novo e comprei um iPad, que dava três barrinhas de sinal enquanto no celular só havia duas. Dava pra ver os emails. Pra ver se o site havia vendido alguma coisa (pois esta é uma parte importante do meu dia: atender ao leitor que entrou lá, escolheu um livro, pagou e deve recebê-lo). Mas não dava pra movimentar os blogs e o face. Tudo esperava a banda larga voltar.

Aí, um ano atrás, o velox entrou em colapso. Velocidade máxima 39k descendo a 3, 4k e sumindo. Fiz uma campanha cerrada de reclamações e acabou aparecendo aqui um supervisor, simpático feito ele só. Explicou que a placa do velox estava vencida, sem chance de me dar algo melhor do que uma oscilação constante, quedas totais e uma ansiedade brutal. Garantiu que o equipamento seria trocado; e nada aconteceu. Resumindo, longos meses depois perdi a esperança e recomecei – em agosto – as reclamações na Oi e na Anatel. Mas nada se resolve.

Sim, já estou na fila para o satélite caro, já comprei o modem wifi que quebra o galho, já sei do celular rural com modem e antena, tô virando especialista em alternativas para o meu caso porque não seria justo, no Brasil de hoje, esperar que alguém obrigue Sua Majestade a Oi a fazer alguma coisa decente para mim e para todos os usuários da região que ainda sofrem mais que eu, mesmo sendo concessão pública, havendo toda a infra instalada e contas altas sendo pagas em dia. 

Volto da lanzinha do povoado pela estrada esburacada e penso: que sortuda sou por poder morar aqui antes que o dono dessas fazendas transforme tudo em condomínios de apartamentos, como vem acontecendo Petrópolis afora. A conexão pode até melhorar, mas a paisagem… 

Que sortuda por não perder a noção de que a vida se faz de matéria orgânica. Por gostar dos cheiros da roça, do fogão de lenha, das bostas de vaca e de cavalo pelo caminho. Os próprios deitados na ponte. Ôôôôôô, vaca, ôôôôô cavalo, ôôôôô

Pra viver só preciso de um pouco de água, um pouco de terra, um fogãozinho, algum dinheiro. Algum afeto sincero. Sol. Passarinhos.

Umas galinhas no quintal pra botar ovo, uma horta modesta, um limoeiro. 

Logo me pego pensando em mudar para mais longe e comprar uma charrete. E, quem sabe, uma Olivetti.


Feliz 2015 pra todos!