“Ho ho ho”, ri o falso Papai Noel esfregando o barrigão depois de devorar a ceia, “Comi bem!” E a jovem, após singela saladinha de alface, recusando outros pratos: “Obrigada, comi bem”. A enfermeira, sobre o paciente que parece estar um pouco melhor: “Está comendo bem...” E o casal que acaba de gastar uma pequena fortuna num jantar de alta gastronomia: “Ah, comemos muito bem!”.
Como se vê, cada um come bem de um jeito. Mas afinal, o que é mesmo comer bem?
Com certeza, não é comer muito. A gula sempre foi e continua sendo um pecado capital. Mesmo que o conceito de pecado seja um pouco elástico hoje em dia, pode-se dizer que a pessoa empanturrada peca contra si mesma, contra o delicado equilíbrio do corpo que sente, pensa, fala, age. A digestão sequestra toda a energia disponível e é por isso que muitas vezes põe os glutões para dormir o sono pesado da comilança.
Comer pouco também não é comer bem. Pouco já diz que é pouco. Se for uma estratégia para reduzir o tamanho do estômago sem cirurgia, vale a pena – mas aí o que se recomenda é fazer várias pequenas refeições por dia, todas bem nutritivas, para não gerar carências.
Porque também não come bem quem come qualquer coisa. Se há algo que faz diferença na alimentação, hoje, é a qualidade. O mundo alimentar foi dividido em dois: comida de verdade de um lado e produtos alimentícios de outro. O Brasil já está em plena “transição nutricional”, dizem os cientistas políticos. Nosso consumo de feijão caiu 25% enquanto o de refrigerantes e guloseimas subiu 40%. Com maior poder aquisitivo, estamos optando por pseudocomida industrializada. Ou seja, comendo mal, o que acaba levando a doenças crônicas e distúrbios recorrentes que estragam a vida de qualquer
um.
Por outro lado, mercados e feiras continuam aí. Há cada vez mais barracas de vegetais orgânicos, frutas do sítio, frangos e ovos caipiras, pães de farinha integral e todo tipo de alimento de verdade para fazer uma boa comida tradicional. Até mesmo vegetais e frutas produzidos com agrotóxicos, em cujo uso o Brasil é campeão, ajudam a desintoxicar - não só dos pesticidas que carregam, mas de toxinas do ar, da água, do estresse.
Folhas verde-escuras, como couve, mostarda, brócolis, chicória, rúcula e tantas outras: comê-las todo dia é um seguro de saúde concreto. Vegetais coloridos e variados – abóbora, cenoura, beterraba, rabanete, pepino, nabo, quiabo e tantos outros, se possível da estação e produzidos nas redondezas, são o que garante de fato a presença de vitaminas e sais minerais no sangue. Seja com arroz e feijão, seja com carnes, peixe ou aves, os vegetais é que fazem a diferença. E o custo de uma sacola cheia de vegetais divertidos pode ser bem menor que o de um queijo, por exemplo, que alimenta menos e
costuma levar a tantas reações alérgicas.
Esse é outro ponto importante: o que cada um pode ou não pode, deve ou não deve comer. Conhecer-se é fundamental para ter bem-estar. O corpo reclama quando insatisfeito - rinite, dor de cabeça, intestino preso ou solto, muitos gases, dificuldade de pensar com clareza. Em vez de tomar logo um comprimido, faz bem quem pensa sobre que comeu na véspera. Comida também dá ressaca.
Quantidade, qualidade e autoconhecimento são três critérios confiáveis para comer melhor. O que não significa comer com rigidez. Como diz a médica norteamericana Christiane Northrup, “Não existe dieta perfeita; mesmo que você a encontre, o desejo de variar vai produzir mudanças, e isto é saudável”.
Maionese de inhame da Myriam, minha irmã
para temperar saladas e vegetais ou passar na torradinha
Rendimento: 1 litro
300 gramas de inhames cozidos, sem casca
1 xícara/chá de azeite
1 1/2 xícara de água
1 colher/sopa de mostarda
1/2 cebola média picada
1 ou 2 dentes de alho
1/2 limão grande espremido
salsa e cebolinha picadas
sal e pimenta-do-reino a gosto
1/2 colher/café de açúcar ou mel
Bater tudo no liquidificador até obter um creme homogêneo.
Guardar na geladeira, em vidro grande, e ir tirando aos poucos.
Será que essa receita tb dá certo com mandioca ou batata salsa (mandioquinha)?
ResponderExcluirSó tirando uma dúvida que na verdade não é nem dúvida, é mais um tira-teima : por Mostarda, você se refere as folhas verdes frescas,e não a gororoba industrializada, certo? Tenho certeza que sim ;)
ResponderExcluirPensei em fazer com o inhame cru. Tem alguma contra-indicação? Acredito que a mostarda possa ser a caseira feita a partir dos grãos ou alguma industrializada de boa qualidade. Parabéns pelo site, Sonia!
ResponderExcluirGrata, Ludmila
"Folhas verde-escuras, como couve, mostarda, brócolis…"
ResponderExcluirMais abaixo: 1 colher/sopa de mostarda, é a preparada, do tipo preferido de cada um
Meninas, a receita é essa: com inhame cozido. Se quiserem variar, à vontade!
Sonia, bom dia!!
ResponderExcluirObrigado pela receita, quero fazer hoje mesmo, adorei!
voce sabe quanto tempo dura na geladeira?
Abraços!!!
Oi, Syl, no mínimo uma semana. Abraços!
ResponderExcluirOlá, Sonia, tudo bem?
ResponderExcluirLendo o livro da candidíase, estou me empenhando na dieta tem pouco mais de uma semana, após tomar o vermífugo.Uma dúvida: qual óleo de fígado de bacalhau devo comprar?
beijos e obrigada
Boa pergunta. Não sei.
ResponderExcluirSonia ja fiz e ficou muito bom!!!
ResponderExcluirMuito obrigado, essa receita é do tipo "em casa não pode faltar" alem de deliciosa é super do bem, protege e cuida! abraços.
Eu adoro essa maionese de inhame da Myriam! Vario colocando cúrcuma, massalas, cenoura, pimenta. É sucesso e salva na hora de lanchinhos apressados. :-)
ResponderExcluirBeijos!
Kenia
É tão bom ser fã de coisas boas, né? Agora mesmo cozinhei um inhame na casca, está quentinho. Vou partir, puxar a casca, cortar em pedaços, temperar com azeite e tomilho fresco e nham nham!
ResponderExcluirsou muito agradecida a voce sonia! depois de tomar conhecimento deste incrivel alimento, não vivo mais sem!!!!
ResponderExcluiroi sonia, poderia me esclarecer uma dúvida? nhami e cará, tem os mesmos benefícios? onde moro na bahia só se encontra cará? vale a pena consumi-lo também?
ResponderExcluirEm Pernambuco me disseram que os efeitos são semelhantes, Suzana. Vale a pena comer cará em vez de batatinha, batata-inglesa. Um abraço!
ResponderExcluir300 g de inhame são quantos inhames? grata
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