quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Prevenção do câncer: Palestra de Susana Ayres em Brasília


A Susana Ayres, vocês sabem, é minha amiga querida do fundo do coração, e companheira de pesquisas há 15 anos. Quando nos conhecemos eu tinha acabado de escrever o livro sobre a dieta do dr Barcellos contra o câncer (e todas as alergias) e conversamos muito. As ideias dele faziam sentido para nós duas. Susana começou a observar a relação entre a alimentação dos pacientes e os sintomas, as dores. Batia com o que ele afirmava. Com pequenos ajustes na alimentação, os tumores estacionavam ou regrediam.

E aí emburacamos pelos vermes, segundo ele o fator mais comum de lesões com células cancerosas que passam a se multiplicar rapidamente quando há disponibilidade de certas proteínas. Susana e eu trocamos mil ideias, estudamos, amadurecemos. Acabei escrevendo o Almanaque de Bichos que dão em Gente no clima de bom humor bendito que sempre caracterizou nossas conversas. Falo dela no livro.

Formada em Fisioterapia e Acupuntura, com muitos cursos de massagem, fitoterapia e outras artes de tratamento e alívio, Susana busca conjugar os conhecimentos ocidentais e orientais em benefício do paciente. Entende de alimentação. E é especializada em avaliação energética, inclusive de parasitoses. Mas isso vocês sabem, porque falo muito do trabalho dela no blog. Ou não sabem? Uma amostrinha: http://www.soniahirsch.com/2010/09/detox-susana-ayres-e-os-tres-niveis-de.html

Então... Susana fará uma palestra em Brasília AMANHÃ, 6a feira, 26/10/2012, às 19h, sobre câncer e alimentação. Os tópicos: Alimentos que favorecem o câncer, Intoxicação e câncer e Atitudes para desintoxicar.


Quem for lá, dá um beijo nela por mim?

LOCAL: SEBINHO, SCLN 406, BLOCO C, LOJA 44
BRASILIA, DF

SITE: susanagigoayres.com.br

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Leonardo Boff: Comer juntos nos torna mais humanos

"Nutrir-se nunca é uma mecânica biológica individual. Consumir comensalmente é comungar com os outros que conosco comem. É comungar com as energias cósmicas que subjazem aos alimentos, especialmente a fertilidade da terra, o sol, as florestas, as águas e  os ventos.

Em razão deste caráter numinoso do comer/consumir/comungar, toda comensalidade é de certa forma sacramental. Embelezamos os alimentos, porque não comemos só com a boca mas também com os olhos. O momento do comer é um dos mais esperados do dia e da noite. Há a consciência instintiva e reflexa de que sem o comer não há vida nem sobrevida, nem alegria de existir e de coexistir."
Leia o artigo na íntegra: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/514527-comensalidade-passagem-do-animal-ao-humano

domingo, 7 de outubro de 2012

Viver melhor: O corpo se regula se a gente deixar

Aprendi uma idéia nova:
auto-regulação.

Sempre soube que o corpo
é um sistema auto-regulável
que expressa suas necessidades
e procura satisfação – se está
desidratado, manifesta sede;
se está cansado, encosta, ou senta,
ou deita; se está com calor
procura a sombra, tira a roupa.

Auto-regulação, portanto, é uma
característica do corpo de buscar
o equilíbrio através de movimentos
muitas vezes imperceptíveis.

Comeu muito açúcar? O corpo tira
cálcio das reservas para neutralizar
a acidez que o açúcar provoca.
Andou de sandália nova?
O corpo faz uma bolha d’água
para proteger o dedo e acumular
material que reponha a pele,
talvez em várias camadas calosas,
se você insistir na sandália.

Até aí, nada de novo.

A grande novidade, para mim,
é pensar que o corpo se auto-regula
também em relação a emoções.

Produzindo lágrimas, por exemplo, quando se sente triste.
Ou rubor nas faces ao se perceber alvo de uma atenção
especial. Suando fedido apesar do desodorante, se a
situação é de ansiedade e há muita adrenalina circulando.
Isso quer dizer que a emoção encontra uma forma concreta
de expressão que ao mesmo tempo é uma descarga, uma
forma de liberar a tensão que aquela emoção provoca.

E é nesse ponto que a coisa começa a ficar mais
interessante. Veja só: alguém que está auto-regulado
usufrui de um estado de prazer, satisfação, integração
consigo mesmo e com o meio ambiente. O corpo
digeriu emoções e alimentos e voltou ao estado de
equilíbrio, que vai durar até que algo aconteça –
do lado de fora, como um repentino vento frio, ou
do lado de dentro, como a vontade de ir ao banheiro.

Mas vamos supor que não seja possível sair do vento,
não seja possível ir ao banheiro. O corpo vai reagir
como? Criando mecanismos de contenção para lidar
com a impossibilidade: contrai a musculatura, respira
menos. Com isso o fluxo de energia corporal fica mais
lento, ou mesmo bloqueado. Quando for possível
encontrar abrigo e alívio, o corpo também vai poder
relaxar e recuperar seu estado de prazer.

A grande encrenca acontece se a auto-regulação não se der.
Por exemplo, uma criança fica triste e chora. Mas de tanto
ouvir a mãe dizer para não chorar, cria uma retenção,
bloqueia o choro, e com isso o corpo não pode se autoregular.
Há um engarrafamento de energia ali, a respiração
piora, os músculos se ressentem, os fluidos não circulam
livremente. A emoção já passou há muito tempo
e a retenção continua.

– De tanto não fazer o que precisaria para atender
a um processo de auto-regulação, o organismo
deixa de ser saudável, se torna neurótico,
diz Julia Andrade, terapeuta que trabalha
com a linha biodinâmica, estetoscópio
em punho. O que ela escuta com ele:
o movimento dos fluidos na barriga.

– É o psicoperistaltismo, explica. – O sinal de que
o organismo é saudável se identifica através de sons
na área baixa do abdômen, como os de um rio passando.
Essa fluência indica que o corpo está sendo capaz de
regular e dissolver produtos de pressão e tensão emocional.

É uma segunda função do intestino:
além de processar os alimentos,
separando o que vai para o sangue
do que vai para fora, ele também
“digere” as emoções.

Julia observa que na nossa cultura se valoriza muito o fazer,
trabalhar, produzir: uma pessoa acha que está bem quando
tem muitas atividades.

– Mas na perspectiva da auto-regulação
se dá importância a chegar em casa,
relaxar, saborear a experiência do dia,
dar um tempo entre uma situação e outra.
Antes de começar uma nova atividade, ter certeza de que
digeriu a anterior. Perceber quando é preciso descansar.
Escolher o que dá mais prazer em vez do que os outros
acham que é bom. E sentir confiança nos processos
corporais de descarga, como chorar, desabafar, gritar,
bocejar, rir, soltar gases, gemer, cochilar, enfim: tudo o que
pode trazer de volta a respiração calma, a fluidez dos
líquidos do corpo, o prazer.

Fundamental, diz Julia, é não ficar acumulando raiva,
frustração ou qualquer outra emoção difícil, nem fazer de
conta que não sentiu: pode até segurar na hora porque a
sociedade e a cultura exigem, mas depois tem que expressar
para dissolver. Seja na massagem, na caminhada, na terapia,
dançando na discoteca, conversando com algum amigo ou
na happy hour antes de voltar para casa. É o momento
para falar, rir da situação, reclamar, falar mal do chefe...

E você, já deu sua auto-reguladinha hoje?

(Crônica do livro Meditando na cozinha, republicada hoje para a leitora Elis Melo em nome de todas as mulheres estressadas do mundo)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Primavera: Sopa de arroz do Pai José para deixar sair

É como um rosto que de repente fica nítido na multidão, a brisa que começa a soprar naquele instante, algo que surge inesperadamente e já faz toda a diferença – ipês-roxos pela cidade inteira, montes de buquês lindos se oferecendo! Pode ser mais primavera?

Chega assim sem avisar e vai logo entrando pelos olhos, encostando na pele, trazendo cheiros no vento, dando vontades... Recria-se a vida. Samambaias dão mais lagartas, insetos recomeçam a cortejar lâmpadas, gatas entram no cio, humanos também. Rolam sarampos, cataporas, tosses compridas, gripes e resfriados; o corpo está pondo fora outros tipos de flor. Tudo o que serviu no inverno para reter calor já está sobrando. Eis um momento perfeito para perder aqueles quilinhos que a gente ganhou comendo demais – porque estava tão frio...!

Como conseguir isso? Também comendo, claro. Principalmente caldos e sopas, para lavar tudo por dentro e desintoxicar. A maior parte das doenças acontece justamente porque vamos deixando acumular toxinas, até não termos mais sensibilidade para discernir entre o bom e o ruim. Boa notícia: em poucos dias de dieta já dá para sentir um corpo novo, a cabeça leve, e o discernimento volta com a consciência do bem-estar.

A sopa de arroz do Pai José
é campeã das dietas, porque limpa, emagrece e não dá fome.

ingredientes
1 xícara de arroz integral cru
16 xícaras de água
6 dentes de alho
3 cebolas médias
6 talos de aipo com as folhas
um alho-poró também com as folhas
12 ou mais folhas de bertalha
e ainda hortelã, cebolinha, salsinha, manjericão, hortelã ou coentro ou qualquer outra folhinha verde comestível – valem os trevinhos dos vasos na varanda.

modo de fazer
Ponha o arroz para cozinhar naquele montão de água,
de preferência em panela grossa, de pedra-sabão, barro ou ferro esmaltado; quando ferver abaixe o fogo, tampe e deixe cozinhar por 2,5 horas,
mexendo de quando em vez. Se for o caso acrescente água.

Corte a cebola em gomos,
o aipo e o alho-poró em fatias grossas diagonais,
descasque os dentes de alho. Coloque na panela onde está a papa de arroz
e deixe ferver mais 30 ou 40 minutos, com mais água se necessário.
Ao apagar o fogo misture as folhas de bertalha.

Sirva com uma colher (chá) de missô em cada porção
e verdinhos frescos por cima. Pode comer à vontade.
Substitui ao menos uma refeição por dia, com resultados maravilhosos.

Por quê?

Primeiro porque o arroz integral cozido longamente,
às vezes a noite inteira, é o alimento mais medicinal que existe:
fácil de digerir, fortalece o princípio vital e o sangue,
harmoniza o sistema de aquecimento do corpo,
suaviza os intestinos e ajuda a eliminação de toxinas
através da urina. (Contraindicação: quem
já urina muito não deve tomar essa sopa.

O alho é uma cornucópia de virtudes para a saúde.
Espanta vírus, fungos e outros hóspedes indesejáveis,
desengordura, tonifica, relaxa, faz bem ao fígado e
às glândulas, limpa o sangue.

A cebola não fica atrás: também é antisséptica,
limpa e regulariza os rins e a bexiga, baixa a glicose no sangue,
ajuda a absorver oxigênio.

O alho-poró reforça o alho e a cebola e dá um sabor especial.

O aipo, ou salsão, estimula a digestão e os intestinos, limpa os rins, alivia o reumatismo, acalma, nutre e tonifica; suas folhas têm um tipo natural de insulina.

E as folhas de bertalha são riquíssimas em cálcio, ferro, magnésio, clorofila e outras preciosidades, e ainda lubrificam os intestinos. Se não conseguir, pode substituir por chicória, cozidinha à parte em pouca água.

Boa primavera – boa reciclagem!