E cá estou eu, cheia de vontade de escrever sobre coisas interessantes, presa à armadilha perversa que nossas autoridades em língua arranjaram com a última "reforma". Há horas retiro acentos de ninfóides, estrongilóides, vôos, vêem, idéias e panacéias, tremas de conseqüências e freqüentes, hífens de pé-de-atleta e outros incompreensíveis, trocando seis por meia dúzia antes de mandar para a gráfica a nova edição do Almanaque de Bichos. Custava guardar essas banalidades para quando houvesse uma real reforma? Por que ficar gastando tempo e dinheiro com bobagens? Quem se importa com o trema e os acentos a mais?
Desculpem, leitores queridos, tinha que desabafar. São muitos livros para "corrigir". Só mesmo com muito grrrrrrrrunf!
Querida Sonia,
ResponderExcluirDesculpe-me mas não entendi patavina do que você escreveu nesta postagem. Está em qual idioma?
(só ironizando mesmo...)
Você tem que fazer a correção "manual"? Palavra por palavra? E justo do Almanaque, cheio de acentos, tremas e hiféns... ai ai ai Nem precisa se desculpar, desabafe mesmo!
ResponderExcluirComo assim muitos livros para corrigir? Vai fazer a correção de todos? Não tem um programa de computdor que atualize o idioma?
Menina... use todos os seus truques para tornar melhor essa tarefa. Comidinhas gostosas para relaxar, respiração, estimulo no timo... E conta com a gente na torcida!
Beijos
Também não é assim tããão ruim, amiga, mas obrigada de qualquer forma. Foi só um protesto...
ResponderExcluirOi, Soninha
ResponderExcluirEu já esquentei muito a cabeça por conta desta reforma. Sempre fui muito exigente com a escrita correta. Mas, outro dia, cheguei a uma conclusão: passei pelo menos duas décadas da minha vida fazendo parte de uma minoria, a minoria que escreve corretamente. Minha experiência, tanto como jornalista quanto como usuária da internet, mostra que existem erros que 0,001% das pessoas detectam. Então, sinceramente, não estou nem aí...rs
A trema eu já havia abolido antes da reforma...rs Só era usada em textos profissionais, no dia-a-dia era excluída. A retirada de hífen em algumas palavras eu me recuso a aceitar por uma simples questão estética: fica horrível! E os acentos, bem... ainda vou pensar no caso deles...
Agora eu queria saber que tipo de gênio resolve mudar uma língua que é considerada uma das mais difíceis do planeta! Uma língua que quase ninguém sabe escrever 100% corretamente e ainda assim, nunca ouvi falar de um brasileiro e um português que não tenham se entendido somente por causa de diferenças ortográficas.
O ser humano é mais complexo do que a língua portuguesa...
beijos
se realmente toda essa reforma que inventaram se tornar tão importante ao ponto de nos enlouquecer, não seria o caso de nos mudarmos para o outro lado do oceano...
ResponderExcluirrsrsrsrsr
Não @Érima, infelizmente não existe um programa que corrija tudo. O que existe é a atualização dele, que nos mostra que a gramática que foi usada está desatualizada.
ResponderExcluirÉ por isso que meus 4 ou 5 livros nunca saíram de dentro do micro. Cada vez que penso em editá-los a preguiça é maior.
Por isso tenho uma frase na cabeça do meu blog: "Antes de mais nada, deixo a gramática e a ortografia irem para o inferno, escrevo somente..." (Desconheço o autor, achei passeando pela net). Usar a gramatica correta seria de uma leitura extremamente chata.
@Sônia,
Sou sua leitora antiga... Já dei ou indiquei seus livros para um punhado de gente. Já citei Deixa Sair no blog, acompanhado da história do Preto Velho. Falo sempre de você e sua forma gostosa de escrever com minhas amigas e amigos vegetarianos. Troquei o açúcar branco para mascavo desde que li Sem açúcar com Afeto.
Só comentei isso porque todo blogueiro adora saber quem o lê e acredito que todo escritor também.
Continue assim, se melhorar estraga.
Beijos
Melanie
A razão, Soninha, é só comercial: as editoras queriam unificar as traduções para o português. Exemplo: se uma editora portuguesa comprasse os direitos de tradução, o livro teria que ser publicado no Brasil com a tradução portuguesa. As nossas editoras se queixavam, as deles também, as dos angolanos e tal.
ResponderExcluirEu concordo com você: se é pra reformar, vamos reformar direitinho.
Beijo,
Babe
Oi, Babe, Lua Nua, Remall, Cacau, que papinho bom!
ResponderExcluirIndo além, o que eu vejo é que estamos caminhando para uma língua erudita - que sem dúvida dá prazer em escrever bem, não tanto pela correção ortográfica mas pela beleza e riqueza de vocabulário, construções, ritmo e melodia - enquanto ao lado se desenvolvem outras linguagens escritas, rápidas, sintéticas, fonéticas, práticas. Nunca se escreveu tanto no mundo e nunca se escreveu tão "mal". Dou as boas vindas às que chegam e não acho nada errado. Sinto como uma libertação da escrita.
Não obstante, como profissional, a revisora manda e eu obedeço... Beijos em penca, queridas!
Sonia, eu concordo com seu desabafo em gênero, número e grau.
ResponderExcluirAntes de fazerem essa reforma deveriam se preocupar com outras questões referentes a educação no país, né...
Beijos!
Viva o trema! Vivam os eqüinos! =P
ResponderExcluirAcho essa reforma bizarra. Só mesmo interesses comerciais poderiam explicar tal iniciativa. Esse negócio de plateia, ideia, assembleia... É esquizofrênico, escrevemos uma coisa e falamos outra. Porque, me corrijam se estiver errada, idéia sem acento diferencial vira idêia, assemblêia, etc...
ResponderExcluirOi, Luciana, acho que nem mesmo interesses comerciais explicam tal iniciativa. Começo a pensar que é pura arrogância mesmo, aquela irmã da ignorância.
ResponderExcluirTb achei o fim essa reforma, a TV Brasil (antiga TVE) divulga em tom de cordel as mudanças nos intervalos, mas nem assim tem descido pela minha garganta.
ResponderExcluirÉ mais premente erradicar o analfabetismo (inclusive o funcional) e garantir Universidades gratuitas do que discutir se consequência tem trema e o município de Xique-xique continua com hífen...
Fala sério, quero ver 1 professor universitário concursado conjugar o subjuntivo do verbo apropinguar sem engasgar. Otelo Reis neles!
Apropinguar, Carol? Que lindo! E significa...?
ResponderExcluirE parece que as mudanças aqui foram mínimas em comparação com as da Terrinha, onde a língua foi assolada por essa reforma. Os portugueses inclusive fizeram protestos (o que é mais visceral, mais de identidade que a língua do seu país?) mas a reação contra caiu no vazio...
ResponderExcluirÉ Carol...que será apropinguar??
ResponderExcluirVocabulário de político?!
Tô sem dicionário...rs..
E eu que ainda tô boiando, não sei quasi as mudanças e não páro de escrever, sinto-me como meu pai escrevendo como antigamente...rsa...
ResponderExcluirBom, já que Carol não apareceu, fui ao Houaiss e descobri que apropinquar, com q e não g, é verbo transitivo direto, bitransitivo e pronominal significa aproximar ['pôr(-se) próximo', 'tornar(-se) próximo', 'fazer parecer'].
ResponderExcluirApropinquemo-nos cada vez mais, pois, do bom-senso, e cada um escreva como melhor lhe parecer! ;-)
Só vi agora que apropinguamos tantos simpatizantes. Não cliquei na opção "envio dos comentários"...
ResponderExcluirBom, apropinguar vem do latim "appropinquare" e tem uma página exclusiva no Wikipedia com todos os tempos conjugados!
http://pt.wiktionary.org/wiki/apropinquar
Uma apropinquação (com Q!) é uma aproximação, dica boa para o Carnaval que já está aí :-)
http://pt.wiktionary.org/wiki/apropinqua%C3%A7%C3%A3o
Oi, Carol, a gente apropinqua bastante nos blog, diria mesmo que eles são isca de apropinquação ;-)))
ResponderExcluirOs espanhóis resolvem muito melhor do que os portugueses a grafia do que soa cui, escrevendo cui e não qüi. Tranquilo, em espanhol, se diz qui mesmo. Já quarto se escreve cuarto, quatro é cuatro, frequente é frecuente. Pronto, tiro o chapéu para los hermanitos!
Oi Sonia, nunca tinha desconfiado dessa facilidade do castelhano... faz muito mais sentido.
ResponderExcluirMorei na América Central com 21 anos, já havia completado os estudos em português é claro, mas mesmo assim achei o castelhano mais simples, sucinto, adquire-se a fluência mais rapidamente mesmo aos que vêm de países não-latinos, como saxões, eslavos e até orientais. Que coisa... "quarto" tem que ser escrito "cuarto", é óbvio!
Beijão :-)
Agora, "nos blog" é como a gente fala aqui na roça, dois pastel, três burro... descurpe... beijão! ;-)
ResponderExcluirQue bobagem, ninguém reparou... e se bobear está certo por ser "anglicismo"... ai, que gramática mais cacete!
ResponderExcluirViva Sônia! :))
ResponderExcluirLembrei de mostrar esses sites para você! Você aprova?
Um abraço e tudo de bom :)
http://www.passionatehomemaking.com/2007/12/natural-body-products-on-a-budget-part-1.html
http://www.passionatehomemaking.com/2008/03/update-homemade-deoderant.html
http://www.passionatehomemaking.com/recipe-index
De quando em vez passo aqui no blog pra descontrair, aprender ou encontrar...ultimamente é "de vez em quando todo dia" :)
ResponderExcluirSonia, comprei seu livro -candidíase, a praga - ontem, ja tinha "sido iniciada" no Só para mulheres a respeito desse assunto. Me identifiquei. Vamos ver o que consigo fazer.
Beijo grande.
Kenia
No início, foi um pesadelo para nós, revisores. Mas agora já estamos acostumados... :-)
ResponderExcluirSonia, se precisar de alguma ajuda com a atualização dos seus textos é só chamar.
Beijo!
Ô, querida, obrigadíssima! De fato o que me atolou foi menos o texto e mais, muuuito mais, a atualização digital dos arquivos do Almanaque de Bichos. É um livro cheio de detalhes e ilustrações, ampliadas ou reduzidas no próprio PageMaker, com fotolitos impressos na minha própria impressora, que agora teve que virar um PDF perfeito - com todas as imagens no tamanho original, fontes não condensadas e tal. Praticamente refiz o livro, a não ser pelo texto, que já estava pronto e revisto: foi só dar busca e substituir as idéias e paranóias por outras ideias e paranoias.
ResponderExcluirNessas horas é que ter uma editora minúscula, como a Correcotia, exige amor à causa. Mas também, quem manda ter em circulação livros lançados em 83, 84, 85? Tudo tem seu lado B... Abração e bom finde!