sexta-feira, 30 de julho de 2010

Abraçando nossas florestas: Apelo do Avaaz

Já nos unimos aqui antes para apoiar a resistência a mudanças no Código Florestal que beneficiam o agronegócio em detrimento das florestas e de seus habitantes. Não conseguimos ainda a força necessária. Repasso na íntegra o e-mail que chegou hoje da Fundação Avaaz. Já doei meus 5 dólares. Não se esqueçam de que o Ficha Limpa, se hoje é lei, foi conseguido porque abraçamos o projeto. As florestas são nossas!

Caros amigos,

É chocante, a Comissão Especial da Câmara, tomada por deputados ruralistas, conseguiu enfraquecer o nosso Código Florestal. Porém a lei ainda não foi para votação então ainda podemos salvar nossas florestas.

A campanha pelo Código já chamou atenção em Brasília, houveram algumas revisões no texto e conseguimos entregar a nossa petição para deputados e líderes partidários depois que as nossas 40.000 mensagens foram bloqueadas pela Câmara. Porém vamos precisar de apoio para dar fôlego à campanha e para encarar o poderoso agronegócio.

Nós podemos focar em deputados indecisos, lançar um apelo midiático, organizar ligações em massa e manifestações, estando presente com mobilizações em massa a cada momento decisivo. Nós já somos mais de 650.000 pessoas da comunidade da Avaaz no Brasil, se cada um contribuir R$ 5 as nossas vozes serão ouvidas, como fizemos com a Ficha Limpa. Clique abaixo para contribuir:

https://secure.avaaz.org/po/codigo_em_perigo/?vl

Nós sabemos que as nossas campanhas funcionam. Algumas semanas atrás entregamos a maior petição pelas baleias a história, diretamente para os delegados da Comissão Baleeira Internacional. A nossa campanha se tornou a principal notícia do BBC World News e ao final, apesar do forte lobby das nações a favor da caça comercial de baleias, a proibição da caça foi mantida.

Aqui no Brasil nós sabemos que a nossa comunidade é uma nova e poderosa força democrática – apesar de quase 25% dos deputados responderem a processos na justiça, nos disseram que a Ficha Limpa nunca iria passar, mas depois de construirmos a maior campanha online na história do Brasil, nós vencemos!

Especialistas dizem que se a proposta ruralista passar, esta será a maior perda ambiental em décadas, permitindo a destruição de 80 milhões de hectares de florestas nativas e dando anistia para todos os crimes ambientais desde 2008. O Código Florestal garante não só a preservação das florestas e as populações que dependem dela, mas também previne as mudanças climáticas.

O poder do modelo da Avaaz é usar a tecnologia para que uma pequena equipe possa gerar o engajamento coletivo de milhões de pessoas. A campanha da Ficha Limpa foi possível com apenas alguns membros da equipe da Avaaz, servindo toda a comunidade no Brasil. Clique abaixo para doar uma pequena quantia para turbinar a nossa campanha, desafiando os ruralistas e defendendo o Código Florestal:

https://secure.avaaz.org/po/codigo_em_perigo/?vl

A nossa comunidade no Brasil contribuiu para desafiar as convenções e trazer uma nova política, transparente e responsável. Vamos agir juntos novamente e construir este movimento para garantir que as políticas e leis reflitam os interesses de todos nós brasileiros e não somente uma minoria poderosa. Juntos nós podemos construir o Brasil que queremos!

Com esperança,

Graziela, Ricken, Alice, Luis, Iain, Pascal, Benjamin e toda a equipe Avaaz

Fontes:

Mudança no Código Florestal pode resultar no desmatamento de 80 milhões de hectares:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/21/brasil,i=198600/MUDANCA+NO+CODIGO+FLORESTAL+PODE+RESULTAR+NO+DESMATAMENTO+DE+80+MILHOES+DE+HECTARES.shtml

Novo código florestal pode agravar ameaça à Amazônia:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/07/26/novo-codigo-florestal-pode-agravar-ameaca-amazonia-917240888.asp

Retrocesso ambiental (Greenpeace):
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Retrocesso-ambiental-/

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Comer bem: Missô e shoyu de fermentação natural Daimaru, não pasteurizados

Conversei com o Sr Roberto, fabricante de missô e shoyu marca Daimaru, e ele me disse o seguinte: o missô não é pasteurizado, o shoyu engarrafado é. O shoyu não pasteurizado só está disponível em bombonas de 20 litros.

Usei por muito tempo o shoyu do professor Kikuchi, que era assim, produzido nos rigores da tradição. Continuava fermentando mesmo dentro da geladeira, chegava a criar uma natinha por cima.

O telefone da Daimaru é (18) 3551-1028.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Candidíase gourmet: Shoyu e missô de fermentação natural, não pasteurizados

Todas as conservas feitas com sal, seguindo as tradições e os métodos tradicionais de preparo, são boas para o tubo digestivo, que é onde a candidíase começa.

O feijão de soja já era muito valorizado na agricultura da China antiga, não por fornecer alimento mas por devolver ao solo o nitrogênio necessário ao plantio dos quatro cereais nobres: trigo, cevada, aveia e painço. Daí ser chamado de quinto grão.

Somente a fermentação longa torna a soja benéfica como alimento. O Japão desenvolveu ao máximo essa técnica com excelentes resultados. Shoyu e tamari, os dois molhos resultantes, e missô, a massa de soja salgada fermentada, hoje são usados no mundo inteiro. Se forem de fermentação natural, não pasteurizados, fornecem lactobacilos e enzimas. Se não forem, esqueça. Procure sempre nos rótulos a indicação de fermentação natural.

shoyu

Esse molho escorre da soja fermentada com sal e “é o elixir salgado que dá à comida oriental seu caráter único”, segundo Sally Fallon,em Nourishing Traditions. A feitura tradicional demora seis, oito meses. “O processo longo e cuidadoso cria um mix de compostos fenólicos, incluindo uma forma natural de ácido glutâmico, que contribui para o sabor e o aroma únicos do molho de soja de fermentação tradicional”, diz ela.

Explica ainda que o método moderno usa um biorreator que apronta o molho de soja em dois dias, deixando nele o tipo de ácido glutâmico não natural que se encontra no MSG, monoglutamato sódico, o realçador de sabor excitotóxico para os neurônios.

Feito da forma correta, o shoyu tem enzimas proteolíticas, que ajudam na digestão das proteínas. Nisso se assemelha ao tradicional molho inglês, também produzido através de longa fermentação.

missô

É a fermentação dos feijões de soja cozidos e também demora de seis meses a dois anos para ficar pronta. Pode ser feita com cereais (trigo, arroz, cevada) ou pura. O missô claro tem sabor suave e adocicado e é mais jovem. O missô escuro, de sabor forte, geralmente é feito só com soja e tem mais poderes medicinais.

Não se deve aquecer o missô e o shoyu para não perder as enzimas. É essencial usá-los sempre com vegetais crus ou crocantes e cebolinha verde crua, ou outra folhinha aromática. Não combinam bem com cereais.


sopinha de missô tradicional
Pode ser feita com caldo de peixe ou de vegetais, sempre acrescentando alguma coisa fresca como brotos de feijão ou outros brotos e alguma folha, como couve-chinesa ou repolho cortado fininho, e cebolinha verde picada por cima.

Não são recomendáveis as missoshiros de restaurante e compradas em sachets, por falta de qualidade e excesso de glutamato sódico (MSG).

Também não é só aquecer uma água e misturar missô; precisa dos ingredientes frescos, no mínimo a cebolinha verde.


tofu curado em missô
Para dar certo, o tofu tem que ficar inteiramente coberto por missô. Pode-se fazer isso aplicando direto o missô sobre e sob o tofu ou espalhando uma camada grossinha de missô em pano de fralda, ou gaze, para embrulhar o tofu.

Vai dar soro; escorra e descarte. Espere pelo menos 48 horas antes de começar a comer, sempre com cebolinha verde e gengibre.

Máximo para usar por dia: 1 colher/chá de missô e 2 colheres/chá de shoyu. São muuuito salgados.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Candidíase gourmet: Salada quente crocante

A simplicidade é o maior objetivo nessa hora. Os vegetais já são plenos de sabor, não precisam das artes de temperar, como as carnes, nem de muito cozimento, como os feijões. Não deveriam passar do ponto crocante, quando atingem o máximo de sua cor.

cozinhar sempre, nunca cozinhar muito

Esse é um preceito tradicional chinês muito sábio. O fogo higieniza e aquece os alimentos, o que ajuda muitíssimo a digestão e  reforça o sistema aquecedor do corpo. Mas tem que ser rápido  para não afetar as enzimas do alimento, por isso eles ficam crocantes nos dentes. Passou do ponto, perde a graça, perde a vida.

salada quente crocante: básica nesta dieta

Esta salada é para comer todo dia, porque fornece uma variedade de vegetais ricos em enzimas, hidratantes, nutritivos e ricos em fibra. Deve ser muito bem mastigada, como toda comida.

os vegetais mais usados
cenoura
rabanete
funcho
batata yacon
pepino japonês (magro
abobrinha verde
vagem ou ervilha fresca
brotos de feijão
nabo daykon
abóbora madura
alho-poró
nirá
alho picadinho a gosto

com cereais brotados
trigo
arroz
cevada
painço
centeio
quinoa
 
com folhas em quadrados de 4 cm
repolho
couve-chinesa
acelga
chicória
 
com flores
brócolis
couve-flor
capuchinha
 
com cogumelos
shiitake
portobelo
paris
champignon
Inteiros, partidos em quatro, em tirinhas.

com caules e medulas
aspargos
palmito

Em pedaços ou rodelas.

modo de fazer a salada quente crocante

Escolha cinco ou seis desses vegetais pela cor, pela textura, pela beleza, pelo sabor. Por exemplo cenoura, rabanete, pepino, funcho, yacon e alho (este é para entrar sempre).

Corte tudo em fatias finas, depois em tirinhas. Ou fatie e filete naquele ralador japonês que faz as duas coisas ao mesmo tempo. Quando cortar a yacon passe limão para ela não escurecer.

Aqueça azeite ou óleo de gergelim – mas não ao ponto de enfumaçar, pois a fumaça significa que o óleo queimou – e passe os vegetais rapidamente pela frigideira ou wok, mexendo, observando a suave mudança de cor e a chegada dos aromas.  Retire e tempere com shoyu de fermentação natural, não pasteurizado, e limão.

Esta salada crocante deve ter pelo menos metade do peso do almoço de cada dia. Mastigar bem faz parte da receita, portanto reserve um tempo.

Todos os vegetais da vida podem ser crocantes, sejam eles refogados, feitos no vapor ou no bafo da panela.

Candidíase gourmet: Sugestão de cardápio


Há um tempo Bianca escreveu pedindo sugestões de cardápio para a dieta da candidíase e fiquei de pensar. Saia justa. Tive que escrever um livro para explicar o cardápio.

a dieta radical - sem carboidratos - dá fome, mas também dá resultados rápidos, então no início se pode pensar em até 6 pequenas refeições por dia para suportar melhor. 

A dieta suave inclui carboidratos complexos, pouquinho, e são 3 refeições. Tanto a radical quanto a suave contam com uma grande variedade de vegetais e folhas, e isso é o que faz diferença.

Alguns autores acham que se pode tratar a candidíase só com vegetais, outros acham fundamental a proteína animal. Você escolhe. Os ovos (caipiras) fornecem muita energia e são especificamente importantes devido à biotina, vitamina do complexo B que impede a transformação da cândida-fermento em cândida-micélio. Fígado e rins também são ricos em biotina. Eu me sinto melhor podendo contar com a forcinha emprestada das carnes. Composição do prato, por peso: 1 parte de carboidratos (se for o caso), 1 de produto animal, 5 de vegetais e folhas.

Jussara, pensei muito em você! cof cof cof :-) 

Obrigada, queridas!
 
desjejum
2 copos de líquido, quente ou à temperatura ambiente, com ou sem limão, pode ser água fresca, chá, linhaça batida com água
1 colher/sopa de óleo virgem de coco, puro ou diluído em chá quente
 
café da manhã
1/2 copo de sumo de cenoura (centrífuga)
2 ovos quentes, mexidos, em omelete ou pochés
dieta suave: 1 ou 2 torradas de pão integral de fermentação caseira ou uma porção de inhame, cará ou aipim, cozidos ou assados
chá: uma xícara pequena de banchá, alcaçuz ou estévia
 
lanche da manhã
1 ou 2 copos de iogurte ou coalhada caseiros com lactobas vivos ou

100ml de kvass de beterraba ou
1 xícara de vegetais crus como pepino, cenoura, aipo, funcho/erva-doce

dieta suave: nada
 
água meia hora antes do almoço
2 copos de água fresca, com ou sem gotas de limão,
    e cápsula de lactobacilos, se estiver tomando
 
almoço
salada quente crocante: cenoura, abobrinha, yakon e rabanete, com alho = 200g
folhas verdes cruas ou refogadas = 1 prato cheio
peito de frango assado
dieta suave: 2 colheres/sopa de cereal integral, bem mastigado, comido por último e sozinho
chá: uma xícara pequena
 
água
2 copos de água fresca com limão, ou chá quente
 
lanche da tarde
1 fruta ou
1 porção de polpa de coco maduro ou
1 a 2 copos de iogurte caseiro
dieta suave: nada
 
água meia hora antes do jantar
chá quente: 2 canecas, com gotas de sumo de gengibre
 
jantar
100ml de kvass de beterraba ou
uma porção de chucrute ou
caldo de frango com vegetais do almoço e cebolinha verde, salsa ou coentro
peito de frango assado (sobra do almoço)
lascas de abóbora com gengibre ao forno
folhas verdes: brócolis ao alho-e-óleo ou sobra do almoço
dieta suave: purê de inhame
chá: uma xícara pequena
 
ceia
1 xícara de leite de amêndoas quentinho com gotas de gengibre
1 colher/sopa de óleo de coco, puro ou diluído
dieta suave: óleo de coco e chá quente

 :-)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Ouriço-cacheiro

Este é um dos bichos mais fofos do mundo, mais ainda nesta foto que uma amiga querida mandou hoje, dia do amigo, pra lembrar que amigos e estrelas têm pontas e às vezes espetam - e a gente aprende a lidar com isso, porque nada é melhor que um amigo.

O ouriço-cacheiro, quando cresce, continua sendo fofo, com essa carinha bonitinha e um jeito muito calmo de ser. Adora folhas novas em geral, de amora em particular. Cachorros ficam enlouquecidos com esse ser zen que não corre, não se assusta, em perigo se encolhe e ai de quem encostar nele, porque os espinhos entram e grudam, para tirar é um deus-nos-acuda. Já vi cachorro com uns duzentos espinhos no focinho.

Às vezes, na confusão, o ouriço espeta a si mesmo - no rabo, que é liso, fino e esperto - e na primeira oportunidade estaciona num galho mais alto para se desespetar.

Não gosta de barulho, latidos, gritaria perto dele. Reclama fininho e baixinho: nhem nhem... nhem nhem...
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Ter saúde é natural: Papinho sobre a imunidade


– Se encontrarem o inimigo, comam-no!

É com essa ordem que o time das células fagócitas entra em campo. Anticorpos, células macrófagas, basófilas, eosinófilas, neutrófilas, plateletas, imunoglobulinas, interferon, citoquinas, interleucinas e muitas outras percorrem o sangue e comem os seres indesejáveis, assim mesmo: nhac! Quando fazem contato com algo que precisa ser destruído, seja uma bactéria ou um material inerte como poeira, seu citoplasma envolve a partícula e forma uma bolsinha, que se funde com outro saquinho que contém enzimas digestivas. Se a composição química da substância estranha permite sua degradação pelas enzimas, ela é destruída; se não, é retida no fagócito e impedida de maiores contatos com o hospedeiro; mais tarde será despejada na linfa.

Os tecidos que formam baço, fígado, nódulos linfáticos e medula óssea são especialmente ricos em fagócitos.

Entre as células brancas do sangue há fagócitos capazes de migrar através dos vasos sanguíneos para áreas de inflamação ou infecção. Lá se multiplicam de acordo com a necessidade. Mas também existem fagócitos de plantão em todos os tecidos, formando um sistema chamado reticuloendotelial. Isso faz com que possam controlar uma invasão bacteriana em qualquer lugar, se ela não for muito grande nem muito virulenta. Também são eles que engolem as células vermelhas cansadas ao fim de suas vidinhas de cento e vinte dias.

Nas verminoses, os leucócitos que aparecem mais são os eosinófilos. Eles se multiplicam para destruir a cutícula que reveste os vermes grandes. Geralmente o exame de sangue acusa uma taxa mais alta de eosinófilos no início da infecção, que depois vai caindo; a duração da fase alta e da volta ao normal depende do parasita, do paciente, da circunstância, e são necessários vários exames de sangue seguidos para entender o que está acontecendo.

Segundo o professor J.-J. Rousset, em seu livro Maladies Parasitaires, uma pequena elevação da taxa de eosinófilos remete a oxiúros (banais, diz ele), enquanto a elevação súbita e expressiva faz pensar numa tênia; e aí começa toda uma estratégia de exames de sangue e fezes, repetidos, para achar ovos, eliminar as possibilidades de fascíolas, cistos hidáticos, larva migrans, triquinas. Quando há estrongilóides as taxas ficam subindo e descendo feito um ioiô.

A presença de vermes significa que uma parte do potencial orgânico de defesa está mobilizada numa guerra sem fim, deixando talvez de cumprir outras tarefas imunitárias – como, por exemplo, identificar e destruir células cancerosas para evitar o crescimento de tumores, ou simplesmente funcionar como barreira contra as gripes, viroses, alergias e dengues da vida.

A pele, o sistema respiratório e o tubo gastrintestinal são as três barreiras do corpo contra invasores de todosos tipos – vermes, protozoários, bactérias, vírus, fungos, toxinas e proteínas estranhas de qualquer origem.

A pele
tem uma camada externa de matéria morta e duas internas bem vivinhas, profusamente irrigadas pelo sangue e visitadas por uma intrincada rede de vasos linfáticos.

A linfa
é um fluido clarinho que banha os tecidos do organismo, regulando o teor de líquidos, devolvendo proteínas ao sangue e removendo bactérias, partículas estranhas e células anômalas; muito rica em linfócitos e células macrófagas que identificam e comem substâncias indesejáveis; ou seja, a linfa é a linha de frente da defesa imunológica. O material apreendido vai dar nos gânglios linfáticos, de onde é encaminhado para fora do corpo pela corrente sanguínea. Gânglios inchados mostram que há infecção em algum lugar e que a linfa está agindo.

O sistema respiratório,
além de também ser protegido pela ação da linfa, tem no seu revestimento interno uma camadinha de células cheias de cílios, recobertas por um muco altamente viscoso onde ficam presas as partículas indesejáveis; esse muco é empurrado para a faringe pelo movimento dos cílios, e de lá é engolido ou tossido.

O grande tubo gastrointestinal
é uma das partes mais complexas do organismo. Para começar, é parte externa – assim como quintal, área de serviço, depósito, lavanderia, portão dos fundos. Parte externa que foi se virando para dentro, se invaginando e formando um túnel por onde as coisas entram e saem. Florestinha tropical sofisticada, reserva extrativista da vida microbiana, nosso trato gastrointestinal começa no nariz e na boca, incluindo adenóides, sínus e amígdalas; termina no ânus.

O nariz
é a entrada e saída dos gases (oxigênio, dióxido de carbono) que formam e sustentam o pulmão, que produz oxigênio para o sangue, e dos resíduos que se transformam em muco.

A boca
é entrada (eventualmente saída) de alimentos e bebidas que formam o sangue e renovam as células. A boca também respira e também elimina muco.

Amígdalas
são duas estruturas linfáticas ovaladas, uma de cada lado da garganta, que produzem anticorpos contra invasores que entram pela boca e pelo nariz. São ajudadas pelas adenóides, estruturas semelhantes que ficam atrás do nariz.

Aí vêm o estômago,
um meio tão ácido que poucos micróbios sobreviveriam nele, e o intestino delgado, com sete metros de comprimento, onde o sistema imunológico mantém cerca de 40 pequenos territórios, as placas de Peyer.

Essas placas de Peyer,
visíveis a olho nu, são pedacinhos de tecido redondos ou ovais que não apresentam o relevo característico da mucosa intestinal. Pertencem ao conjunto linfático e sua função é armazenar células linfóides. Que, verdade seja dita, são o máximo. Produzidas pelo timo e pela medula óssea, elas viajam para os tecidos linfóides e permanecem imaturas até reconhecerem alguma substância a combater. Aí amadurecem instantaneamente. Se forem células T, produzidas pelo timo, proliferam e se dividem em três categorias: as supressoras, as matadoras e as auxiliares (estas em maioria). Se forem células B, produzidas pela medula óssea, ao reconhecerem o invasor elas também amadurecem – e se tornam capazes de fabricar imunoglobulinas, que são proteínas especializadíssimas em lutar pelo organismo, tanto que se chamam anticorpos.

O apêndice
é considerado um nódulo linfático que virou uma estrutura fixa. Pertence ao intestino grosso, que tem cerca de metro e meio e é a parte final do tubo gastrointestinal.

O sistema linfático
inclui o timo, a medula óssea, o baço, gânglios espalhados nas axilas, no mesentério e nas virilhas, amígdalas, adenóides, tecidos linfóides bronquiais, intestinais e urogenitais, e uma rede de vasos comparável à do sangue.

Você acha pouco?

do livro Almanaque de Bichos que dão em Gente

domingo, 11 de julho de 2010

Água, essência de vida


Água é essência de vida; não há querer humano que a impeça de se condensar dentro da teia quase invisível que a aranha teceu entre os braços da orquídea. Mas o querer humano pode enfiar o dedo lá no meio, desmanchar a teia e dispersar a água.

A água não é do governo, é pública. E os governos vêm furando a teia, com base no mandato que conseguem de nós através do voto.

Carol Daemon tem publicado em seu blog, com muita frequência, notícias alarmantes sobre os rumos perversos que as concessões têm tomado quanto à utilização da água, em nível federal, estadual, municipal. Todo o uso orientado para o lucro das empresas que, certamente, apoiam campanhas ou ou ou. O último post revela o que existe dentro das garrafinhas vendidas pela Nestlé como água Pure Life.

Urge parar de comprar água engarrafada. Não é mais de fonte, não tem mais benefícios minerais, já não é medicinal e pode ser pior do que água de torneira. A água das cidades é ruim porque "tratada" com cloro, para desinfetar, e flúor, supostamente para ajudar-nos a não ter cáries, uma balela: esse flúor é resíduo tóxico e pode contribuir para impedir o iodo de fazer a tiróide funcionar normalmente.

A água de gosto ruim pode ser duplamente filtrada em casa - primeiro por um filtro de osmose reversa, para tirar o flúor e o cloro, depois por um filtro de barro que lhe dá novamente algum frescor.