Adoro Jamie Oliver e seu estilo bagunceiro de cozinhar, cheio de uma energia alegre e inteligente de quem se dá todo ao que está fazendo, mas sabe que a vida não começa nem acaba ali. Gosto de como ele valoriza os vegetais frescos da horta, ensinando tudo o que pode enquanto colhe e prepara, e acho admirável seu empenho em passar ao público o amor pelas ervas, dizendo coisas como: "O melhor que você tem a fazer é comer muitas folhinhas verdes, elas estão cheias de nutrientes e dão sabor a tudo". É um cozinheiro rude e delicado, meio porquinho, que às vezes tempera demais, mas tão carismático que tem uma legião de fãs no mundo inteiro.
Hoje me fez companhia durante minha meia hora diária de pedaladas no elíptico. Ia cozinhar para sua banda, que é vegetariana, então resolveu fazer canelone, aquela panquequinha de massa de macarrão. Refogou cebola picadinha, alho, espinafre (diferente do nosso), temperou com sal, pimenta, noz-moscada e colocou a mistura no meio dos retângulos de massa comprada pronta. Aí apresentou ao público inglês a nossa conhecida ricota, que esfarelou por cima do recheio. Mais sal e pimenta, e então uma dose generosa de queijo parmezon ralado. Enrolou os canelones, colocando-os sobre um molho de tomates batidos no processador com manjericão, sal e pimenta, cobriu tudo com mozzarella de búfala (a autêntica) e antes de levar ao forno deitou por cima mais uma grossa camada de parmezon ralado, explicando que, como não há carne para dar sabor, o queijo faz esse serviço. Aí foi para a sobremesa: morangos enfiados em espetos de alecrim, caramelizados, para servir com creme... de quê? De outro queijo, mascarpone, batido com açúcar.
É como se houvesse uma frustração do paladar vegetariano a ser compensada por esse elemento lúdico, cremoso ou puxa-puxa, às vezes doce, às vezes salgado e picante., que evoca o seio materno.
Tudo bem se fosse o queijo um alimento inocente como as abobrinhas e as folhinhas verdes, mas não é. Sua digestão pode ser lenta e incompleta, gerando mais muco no estômago do que os ácidos são capazes de dissolver. Enquanto se está comendo queijo no dia a dia ele se acumula, formando eventualmente uma camada grossa de muco no tubo digestivo; esse muco sobe para a garganta, o nariz, os sínus - olha aí a raiz da gripe, da sinusite, do catarro que se tem que tossir para soltar das mucosas. E que alimenta os micróbios e parasitas mais diversos, com um admirável poder de complicar a vida do freguês.
Grande parte da humanidade é intolerante à lactose, que é o açúcar do leite, e também à sua proteína, que é onde a coisa pega mais. Proteínas são combinações de aminoácidos destinadas a formar tecidos. Conforme o tecido muda a combinação. Assim, a proteína que faz o cabelo é diferente da proteína que faz a pele. Quando a gente come alimentos que têm proteína, o fígado a decompõe em aminoácidos e estes circulam pelo sangue para serem colhidos conforme a necessidade de cada setor do organismo. Quando se consome leite de vaca, existe ali uma combinação de aminoácidos própria para construir e renovar tecidos de um animal quadrúpede que tem chifre, pelo, rabo e não frequenta blogs: muge e pasta. É uma combinação geralmente inadequada para seres humanos. A comparação química entre o leite humano e o leite de vaca mostra claramente como nossas necessidades são diferentes.
Queijos são leite de vaca concentrado. Usam-se 15 a 20 litros de leite para produzir um queijo minas de tamanho médio.
Os queijos surgem na cultura humana como elemento de subsistência, uma forma de aproveitar a sobra do leite de vacas, cabras, ovelhas, búfalas, jumentas, yaques e semelhantes. Fáceis de guardar e transportar, versáteis na forma de preparo, variando conforme as regiões e as estações do ano, os queijos sem dúvida têm sido uma ajuda e tanto para a humanidade. Fornecem proteína, gordura, umidade em tempos de seca; gratificam.
Mas esses mesmos queijos acabam sendo usados de uma forma distorcida quando fora da tradição que lhes dá significado. O próprio Jamie Oliver, cozinhando para um chef italiano em outro episódio, é censurado por colocar queijo demais no macarrão. Até os macrobióticos aprovam queijo ralado nessa circunstância, para haver algo que fermente e facilite a digestão da massa, mas tem que ser pouco - para não sobrar e virar muco.
Fora isso, ainda há um lado negro nessa questão: os hormônios e antibióticos dados ao gado leiteiro têm efeitos negativos sobre a nossa vida hormonal. Já há mais de 12 anos que o leite dos Estados Unidos é produzido com hormônios recombinantes, que vêm a ser o seguinte: fatores de crescimento são introduzidos no DNA de bactérias que se multiplicam no rúmen das vacas. Rúmen é o saco digestivo onde primeiro chegam o capim, a cana e a ração, para serem pré-digeridos por bactérias e enzimas. Só depois de completo esse processo é que as vacas (e os outros ruminantes) regurgitam aquela pasta e a engolem de vez para o estômago. Quando elas recebem bactérias geneticamente modificadas (GMO ou OGM, sendo "o" de organismo), passam a produzir a bagatela de 68 litros de leite por dia. Essa referência é antiga, de 1998. O FDA (instituição oficial de controle de drogas e alimentos dos Estados Unidos) aprovou e acoisa cresceu e se multiplicou desde então. A galera natureba, adepta dos orgânicos, já fez muito escândalo. Mas neste mundo capitalista o escândalo é visto com carinho pelos tubarões, pois permite identificar os grupos "subversivos" e, de certa forma, controlá-los.
A maior audiência deste blog é para um tema que envolve um grande problema de saúde, a candidíase. Diariamente chegam comentários desesperados, especialmente de mulheres que estão sofrendo, já fizeram vários tratamentos médicos, não conseguem transar porque dói e arde, o corrimento coça. Um dos grandes culpados dessa situação é o açúcar, ou o excesso de carboidratos, mesmo integrais. Outro: leite e derivados, especialmente queijo.
Como o Brasil não tem tradição alguma nessa produção - nem tinha vacas quando foi descoberto - é comum os queijos locais serem de má qualidade. Alguns nem são queijo de verdade, como o requeijão e o tal do padrão. Alô alô: queijos bons, naturais, daqueles que se pode comer depois da sobremesa para ajudar a digestão, são como os bons vinhos: caros. Aqui e no resto do mundo.
Te cuida, Jamie Oliver. Tô de olho. Um beijo.
sonia, excelente texto! sucinto e direto, pesando emoção e dados, e cutucando diversas camadas de ativismo distintos.
ResponderExcluirMaravilhoso!!!
ResponderExcluirSonia, outro dia li que os laticínios são boas fontes de vitamina B12 para os ovo-lactovegetarianos. Fiquei super na dúvida!
Como alcançar o consumo de vitamina B12 sem suplementação e sem os queijos, etc numa alimentação vegetariana. O que vc acha disso?
Beijo grande e agraciada pelo delicioso post!
Sonia, obrigada pelo serviço importantíssimo que você presta. Suas informações são super preciosas, tanto quanto a sua boa vontade de esclarecer.
ResponderExcluirOi, Gilvas, obrigada pela força!
ResponderExcluirOi, Pérola, a B12 só é abundante nas carnes. A recomendação é consumir diariamente 2 a 3 microgramas de B12. 30 gramas de bife de fígado têm 33,5mcg de B12, um ovo tem 0,6mcg, 1 xícara de iogurte de leite integral tem 1,8mcg . Ou seja, teoricamente o iogurte pode suprir as necessidades, bastando tomar 2 xícaras por dia.
ResponderExcluirAcontece que se perde B12 comendo açúcar, por exemplo. Então tudo depende de como a pessoa se comporta no todo. Se for vegetariana e estressada, pode tomar 1 litro de iogurte que não adianta, o stress está mostrando que o sistema nervoso precisa de uma carninha. E também existem parasitas fissurados por B12, sabia?
Beijos!
Oi, Luciana, eu é que agradeço a oportunidade!
ResponderExcluirUau! Esses parasitas...rsrs
ResponderExcluirTenho pânico dos parasitas!!!
Preciso mergulhar no Bichos que dão em Gente!!!
Coisas a eliminar da minha vida: queijo e açúcar (que por enquanto ainda é mascavo, melado, etc) mas é né...rs
Beijo querida!
oi sonia!
ResponderExcluiryogurte tambem faz muco como o leite? como a gente poderia usar?
parece os indianos colocam cardamomo para cortar seus maus efeitos, nao sei ao certo.
o que vc recomenda?
abraços!!! que oportuna materia!
Olá, Sonia! Lendo e aprendendo!!!! Vou virar freguesa a partir de agora. O Manual do Herói foi meu livro de cabeceira por um bom tempo. Confesso que ainda tenho muitas dúvidas e de vez em qdo releio alguns trechos. Aprendi muitas coisas interessantes. obrigada.
ResponderExcluirBjs
Oi, Syl, o iogurte pra ser bom tem que ter lactobacilos acidófilos vivos, veja http://www.soniahirsch.com/2010/02/candidiase-e-outras-chatices.html . Aí não dá muco, porque a fermentação pré-digere proteínas e açúcares do leite.
ResponderExcluirPapinho de Cinco Sabores: cardamomo ajuda a aquecer o iogurte, já que é picante e de natureza morna. O leite é de natureza fria; no que fermenta, também se aquece - todas aquelas bacterinhas vivas ali dentro, no maior frisson... Abração!
Lais, bem-vinda! E muito obrigada pelo retorno.
ResponderExcluirQuanto a dúvidas, quem não tem? Beijo :-)
Olá Sonia,
ResponderExcluirSeria possível vc passar uma receita de iogurte saudável?
Obrigada
Abços
obrigado sonia, li o post que vc indicou.
ResponderExcluirbio rich faz o yogurte com os lactobacilos vivos, e entendi: cada envelope dá para aquele litro...e nao da para reproduzir, ne.
alem de gostar de yogurte e coalhada seca, faz um bem danado para o meu intestino, so que aumenta o muco, mesmo fazendo em casa com "muda" boa.
ah tenho usado tambem o nasalpote regularmente e percebi diferença ate no intestino, para melhor, nao sei qual a relação, deve ser a limpeza, canais livres para tudo sair, ne.
principiante ainda nao consigo fazer todo dia, mas eu chego lá.
abração, entendi o lance do cardamomo! valeu obrigado!
A maioria do new-vegetarianos, quando aderem à dieta, apóiam-se na soja ou no queijo; mesmo os veteranos, preguiçosamente, também largam a âncora nessa praia. Os legumes, verduras, brotos, sementes, castanhas, frutos, frutas, ervas, cogumelos, raízes e outros ingredientes da cozinha vegetariana acabam ficando soterrados em preparos que abusam de um deles ou de ambos. Pelos problemas de saúde que acabam surgindo, muitas vezes a dieta vegetariana leva a culpa, quando na verdade, são erros como esses que a tornam perigosa...
ResponderExcluirOi Sônia, td bem? Faz tempo que não deixo recado, né? Mas sempre te leio.
ResponderExcluirQueria te pedir um post sobre o chá de gergelim que vc menciona no Só para Mulheres dizendo que seria uma alternativa para colorir nossos cabelos brancos... Será que podes fazer um post sobre estas alternativas saudáveis 'de embelezamento'? Beijo grande e obrigada.
Oi Sonia!!!
ResponderExcluirAmei este post porque também gosto o Jamie Oliver, mas também acho que às vezes ele tempera demais e quando fala em queijo exagera.
Já tinha visto outras receitas onde ele se empolgava com o queijo...
Adoro também as trocas de idéias que rolam nos comentários!
Ah, também queria a receita do chá de gergelim!!!
bjs
Oi, Anônima, a receita perfeita de iogurte saudável é: leite cru integral (não pasteurizado) e 1 envelope de Bio Rich, infelizmente a única marca disponível no Brasil. Há variação nos tipos de lactobacilos. Prefira acidófilos e bulgáricos. Um abraço!
ResponderExcluirOi, Vera, você tem toda razão. Em vez de dizer "vou parar de comer carne", os new-vegetarianos teriam que proclamar sua devoção aos vegetais frescos, coloridos, variados... Por isso me considero uma vegetariana que come carne. Beijo!
ResponderExcluirGarotas, chá de gergelim para escurecer cabelos é uma receita tradicional japonesa que nunca tive vontade de experimentar, parece que gosto de ter cabelos brancos. Mas vou postar a receita já!!! Beijos!
ResponderExcluirOi Sonia, sou estudante de zootecnia e realmente a maneira como a vaca leiteira é criada em quase todo o mundo é terrível! Os hormonios fazem com que estas sofram constantemente de mastite, liberem pus no leite e, consequentemente, tenham que tomar antibióticos e anti inflamatórios! Além disso, elas vivem confinadas, separadas de suas crias, comendo uma ração de péssima qualidade. O leite vendido no super mercado é homogenizado e pausterizado. Depois de tudo isso não dá para nenhum leite, queijo ou iogurte ser saudável, né? Eu só compro leite ou queijo direto do criador, que deixa suas vacas pastarem, não dá remédios e é bem limpinho! Flávia
ResponderExcluirOba, Flávia, adoro seus comentários esclarecedores! Muito obrigada, beijo!
ResponderExcluirUAU, Flávia - esse é um dos meus "sonhos de consumo". Importa-se de dizer onde fica esse paraíso? E alguém sabe se tem algum oásis desses aqui no Rio de Janeiro?...
ResponderExcluirReforco todos os elogios acima! Excelente, excelente informacao. Ainda mais que estou ha um tempo tentando entender qual eh a da incompatibilidade dos laticinios com o nosso organismo. Hj em dia jah dah pra encontrar queijos/leite organicos, mas eh bom saber que isso nao eh uma desculpa para o bunda lele do Jamie nas suas receitas com laticinios. Serah que justamente por serem organicos ele acha que estao liberadissimos?
ResponderExcluirJah sabia da lactose e dos antibioticos, mas a informacao sobre a proteina do leite foi a mais esclarecedora pra mim. Agora, soh pra confirmar: a proteina da carne da vaca jah nao tem os mesmos perrengues no nosso organismo que a proteina do leite, certo?
Obrigada por seu trabalho, Sonia! Sempre uma delicia de ler...
Opa! Faltou esclarecer que a carne da vaca a que me referi eh aquela de boa origem, sem antibioticos e hormonios.
ResponderExcluirAbracao!
Oi, Dora, obrigada pela força! A carne de vaca não tem os perrengues do leite porque nela os aminoácidos já estão distribuídos mais ou menos como na nossa própria carne, propensos talvez a formar músculos maiores ou mais fortes. O leite é um alimento único em sua especificidade: nutrir o recém-nascido até que ele possa obter alimento através da mastigação. É uma secreção da glândula mamária, ativada por hormônios da hora, cuja composição varia conforme a espécie animal. O ato de ordenhar a vaca faz a glândula aumentar essa produção, como se o bezerro ainda estivesse faminto.
ResponderExcluirAbração pra você também!
Olá Sonia, adoro o seu blog e tudo o que vc escreve.
ResponderExcluirQuero dizer que eu tinha um problema cronico com a maldita da candidiase, mas esse se foi no dia em que parei de tomar pilula anticoncepcional.
Bjs,
Maria
Parabéns, Maria! Beijo!
ResponderExcluirGostaria de saber algum receita para alergia a insetos, principalmente para o mosquito. Algo que fosse cicatrizante. Você tem como me ajudar?
ResponderExcluirGostei do seu blog. Muito bom!
Um abraço!
Tati.
Tati, o Ledum palustre homeopático é maravilhoso pra isso. Pra tomar e em creme. O creme - penso que fazem sem receita médica - você passa uma vez na picada e ele resolve. Um abraço!
ResponderExcluirBoa Tarde Sônia!!! Acompanho vc e gostaria de poder comprar 3 lvros seus. Como estou morando em Portugal. Gostaria de saber como fazer.
ResponderExcluirBjs!!!!!
Acioni
Oi, Acioni, é simples: você me diz por email - shirsch@terra.com.br - os livros que deseja comprar, eu vejo o valor do frete, te mando o total, você paga pelo PayPayl - www.paypal.com - com seu cartão e recebe garantia de entrega dos livros ou seu dinheiro de volta. Muito obrigada e um abraço d'além mar!
ResponderExcluirSônia, perdão pela ignorância, mas o que são pedaladas no elíptico?
ResponderExcluirabs,
Carol
Oi, Carol, elíptico é um desses aparelhos de academia onde a gente pedala em pé, os pedais descrevendo uma elipse, e os braços vão e vêm. Acho que chamam de Transport. Tenho um pequeno, Orbitrek, e pedalo nele meia hora por dia - agora sem Jamie Oliver, que mudou de horário... Beijos!
ResponderExcluirQue coisa, te imaginei numa espécie de globo da morte... agora que entendi!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOla Sonia! O post parece que veio a calhar... Mas fiquei com uma pulga-baleia atras da orelha: "queijos bons, naturais, daqueles que se pode comer depois da sobremesa para ajudar a digestão, são como os bons vinhos: caros. Aqui e no resto do mundo." Pois bem, como você sabe, eu moro no pais dos queijos, né? Nem tenho muita fissura como a maioria das pessoas aqui porque me acostumei a renuncias "temperadas" (pisacdinha voluntaria a um outro post maravilhoso). Mas agora, depois de ler esse seu texto, fiquei "vivendo" de curiosidade pra saber quais são os queijos bons (para a saude, claro), de forma que eu possa, num momento social chez moi, por exemplo, oferecer aos convidados. E para uso diario, para passar no pão, você teria alguma dica? Tenho consumido atualmente o cottage... Uma outra perguntinha com relação ao iogurte, que durante a primavera e o verão eu consumo muito: é possivel comprar alguma marca que os produza com qualidade?Muito grata e bom final de semana!
ResponderExcluirPois olhe, Carol, recomendo. O elíptico orbitrek é uma ótima máquina para se ter em casa, inclusive pelo preço acessível. Beijos!
ResponderExcluirOi, Fernanda, os bons queijos são artesanais, produzidos a partir de enzimas e ou fermentação lática natural, frescos ou maturados. O cottage tradicional segue esse padrão - queijinho fresco de coalhada, que se pode fazer em casa se houver um bom leite, se possível cru.
ResponderExcluirComo sempre, a questão é evitar o industrializado e procurar o tradicional. O cottage comercial tem pouca acidez. O que ajuda a digestão e a flora intestinal são os lactobacilos que se desenvolvem no processo artesanal de feitura.
Iogurte bom é o que tem lactobacilos vivos. Abração!
AI Sônia... se não for pedir demais...quando você tiver um tempinho, poderia nos passar uma receitinha de cottage caseiro?
ResponderExcluirMuito grata!
Beijinho!
Oi, Fernanda, nada mais fácil. Pegue um litro de leite cru, se tiver, ou do melhor que encontrar, integral, e deixe à temperatura ambiente, numa vasilha de louça coberta por um pano; em +- 48 horas ele coalha, você corta, coloca num pano de fralda sobre um coador grande, deixa escorrer um pouco e pronto. (Se deixar escorrer muito e apertar, vira um queijo tipo minas.) Pode acrescentar creme de leite. Na casa de minha mãe se colocava sal e azeite nesse queijinho.
ResponderExcluirSe não tiver leite cru, misture o leite pasteurizado com uma xícara uma boa coalhada pronta, de preferência caseira, ou lactobacilos vivos de fazer iogurte (siga a receita da embalagem), ou ácido lático próprio para queijos ou ainda renina, uma enzima que apressa a coagulação.
O cottage feito com coalhada ou ácido lático é mais ácido e dá grumos menores; feito com renina é mais suave e dá grumos maiores. A acidificação, a meu ver, é mais saudável.
Depois conta se deu certo? Abração!
Oi Sônia! Pois então, o leite cru esta "de molho" ja ha 48 horas mas a consistência continua bem liquida... é normal, isso? Resolvi deixar mais um tempoja que as temperaturas aqui são mais baixas, creio que isso possa influenciar. Quando você diz "cortar"... o que isso quer dizer, exatamente? Porque por enquanto não vejo como cortar literalmente... Outra coisinha: criou-se uma camada de nata em cima, estou pensando que deve ser a gordura. Se for o caso, pode tirar pra fazer um queijo mais magro?
ResponderExcluirObrigadinho querida!
Oi, Fernanda, diga lá que tipo de leite você usou, que tipo de fermento e como está a temperatura ambiente. Pode tirar o creme, se quiser. E bom dia! :-)
ResponderExcluiruai, menina... usei o leite cru mesmo, aqui da lojinha Bio perto de casa, a moça que trabalha la ainda me encheu de recomendações pra consumir o leite logo porque ele estraga rapido... e ai... não coloquei fermento não... achei que o leite, pelo fato de ser cru, produzia a fermentação sozinho... sera que foi esse meu erro crucial? A temperatura daqui ta uma média de 15/16°. Calorzão, ja tô de sandalia pra todo lado! :))
ResponderExcluirBom dia pra vocês todos ai do Brasil!!!
Oi, Fernanda, então fica firme que vai coalhar. Pra nós, essa temperatura é friíssima, você sabe. Ele coalharia muito mais rápido em razoáveis 22° (como você insere o ° ? eu colei o seu..)
ResponderExcluirhahahahahhahaha... ô meu Deus, eu desconfiei mesmo que o queijo era brasileiro demais pra essa temperatura... então vou aguentar firme aqui.
ResponderExcluirO ° no meu teclado é automatico, no teclado brasileiro, para computadores de mesa (que têm os numeros do lado direito) é alt + 166 e também alt + 167 (um é pra fazer o grau e o masculino, como 1° de Janeiro, e o outro é pro feminino, como 1a comunhão). Na minha época era assim, pelo menos... vê se da certo!
Mmm... ªº Vivaaaaaa! Funciona! Merci, chéri!
ResponderExcluirOlha, Fernanda, essa coisa de coalhar o leite e fazer queijo é sempre muito misteriosa. Depende do tempo, da temperatura, da gordura. Quando escrevi "temperatura ambiente" achei que você manteria a casa aquecida a uns 20º (oba, agora me aguente com os º) º☺♠• gente, tem muito mais coisa escondida nas teclas do que imaginava a minha vã filosofia... O smile é alt 1!!!! Ô coisa divertida esse blog, né?
Bem, dê notícias! beijos :-)
Sônia, esse blog é um barato. Tô aqui igual menino pequeno diante do meu cottage europeu. Na verdade, o bichinho ficou de repouso desde sabado e so hoje pude corta-lo, salga-lo e transforma-lo em queijo! Agora, o gostinho é bem azedinho, né? E pode comer sem medo, né, Sônia? Hahahahaha eu sou capiau demais, fiquei com medo de ter dor de barriga porque o queijo ficou tempo demais coalhando, hahahahaha! Na verdade ficou tanto tempo que eu pensei que ia virar um gorgonzola, cheio de fungo, hahahahahaha!!!!
ResponderExcluirUm beijinho de agradecimento!
Oi, Fernanda, o azedinho é porque ele está cheio de lactobacilos ACIDÓfilos, de ácido lático, benéfico para boca, estômago, intestinos. Com sal e azeite, ou creme de leite, o sabor se torna mais suave. Minha mãe gostava de colocar um pouquinho de pimenta-do-reino também. Pode ser cúrcuma, pode ser cominho, finnes herbes... Um boursin caseiro, mais do que um cottage, né? Fico contente. Bom proveito. Beijos!
ResponderExcluirViva Sônia
ResponderExcluirPergunta boba: é possível fazer queijo com leites vegetais em vez de leite? Adoro queijo mas tenho intolerância a lactose e a caseína... Se realmente for possível... será que você poderia ter a amabilidade de passar uma possível receita aqui? Muito obrigada. Um abraço e um beijo grandes, Maria.
Oi, Maria, compreendo o seu drama, é o meu. Não conheço queijos vegetais. Mesmo o tofu, não passa de soja coagulada, como esses queijos frescal, não fermentados. Mas o tofu pode ser melhorado se for curtido em misso de fermentação natural, não pasteurizado. Assim: pegue um pedaço de pano de fralda que dê para embrulhar o bloco de tofu, e passe missô nele, uma camada grossinha. Embrulhe e aperte no tofu de forma que não fique pedacinho sem missô. Vai escorrer água ao longo do tempo, descarte. Quando parar de suar, está pronto. Abração!
ResponderExcluirPS - Também pode fazer recobrindo diretamente o bloco de tofu, mas o missô sai do lugar.
ResponderExcluirIh, Sônia, o que você foi pegar... uma vez experimentei comer tofu e, após algumas tentativas, não deu mesmo. Detestei. O meu estômago detestou também, passou horas reclamando de dor e desconforto. O tofu foi direitinho para o lixo (e chorei o dinheiro que dei...) E há outro problema... fiz um exame de sangue que deu intolerância a gluten (trigo, aveia, etc) e, entre mais outras coisas mais, a gergelim. Não conheço missô feito com outra semente... (há pouco tempo fechei os olhos a essa intolerância e comi uma sopa de missô que me soube bem)... Há mais alguma alternativa (ao tal queijo de tofu)? Eu estava com tanta esperança de uma resposta positiva sua em relação aos queijos vegetais.... :(
ResponderExcluirFofa, missô é de soja... E o bom da esperança é que ela nunca morre...
ResponderExcluirDesculpa, Sônia, confundi o tofu com um vidro de molho de shoyu que vi à venda numa loja. Ao ver os ingredientes li que tinha sementes de gergelim... e fiquei com pena pois não posso comer gergelim. No entanto, não arrisco a comer tofu de novo. Ainda lembro do que aconteceu com o outro tofu, era um gosto ruim (e, sim, estava dentro do prazo de validade)...
ResponderExcluirEu diria que não perde nada ;-)
ResponderExcluirSônia, por favor, fale mais sobre vegetarianismo.
ResponderExcluirSinto-me meio órfã ás vezes rsrsrs
Como assim, Dudu? Falar mal ou bem? ;-)
ResponderExcluirSonia, na minha memória foi nos seus livros , talvez no "Deixa Sair ", que aprendi a investigar de onde vinham uns certos estados de espírito esquisitos, uns mau humores , embotamentos ou dispersividade súbitos. Não dá outra. Basta perguntar o que comi ontem ( especialmente à noite ). Quando as razões são outras, como falta de sono, o "quadro" é bem distinto.
ResponderExcluirHoje passei um dia em que não conseguia me entender. Dispersa demais, emocionalmente alterada. Será o calor? A idade? O clima? Pensei e nada. Por fim, saquei. Por muito tempo comia pequenas pizzas à noite. Congeladas, tirava fora quase 2/3 do queijo e enchia o prato de folhas frescas. Há dois anos a qualidade da massa piorou, desisti. Mas ontem comprei uma pizza saborosa, não acrescentei as folhas e não diminui o queijo. E fiz pior, uma metade deixei assar demais e comi aquele queijo super assado. Não sabe como pago caro por um pequeno deslize deste! Em tempo, praticamente não uso queijos nem laticinios, ocasionalmente um cottage.
As folhas frescas com queijo ou algo mais gorduroso ao qual não sou acostumada, como frituras, fazem-me muito bem. Saberia explicar-me porque?
Oi, Silvia, comigo se dá exatamente a mesma coisa: tudo o que como ou bebo com amigos cai melhor do que os excessos que faço sozinha. No livro novo escrevi que alegria digere toxinas!
ResponderExcluirTambém não uso queijos e laticínios e, alvíssaras, não gosto de pizza. O queijo da pizza parece plástico. Não dissolve na mastigação, como se supõe que comidas reais se dissolvam.
As folhas cruas têm fibras e enzimas, ajudam com tudo. Por isso às vezes acho que a diferença entre comer bem e comer mal começa nelas - na quantidade que se come e na frequência. Eu como folhas com tudo! Abração!
Quanto às folhas, repito porque pode ser útil pra mais alguém, não imagina como gostei da sua indicação de comer umas verdinhas no café da manhã! Minha preferida é o picão seguida por um dente-de-leão.
ResponderExcluirPicão e dente-de-leão, viu, gente? ;-)
ResponderExcluirChá de gergelim preto não funcionou:
ResponderExcluirhttp://www.soniahirsch.com/2010/03/cabelos-brancos-cha-de-gergelim-para.html
Oi, Silvia, vamos reclamar com o prof. Michio Kushi, que deu a receita. Será que só funciona com japoneses? Um beijo!
ResponderExcluirOi Sonia!
ResponderExcluirSou Amanda, e como a maioria dos nordestinos amo o nosso queijo de coalho. Na verdade amo todos os queijos, sou ratinha mesmo, mas estou tentando diminuir o máximo possível. Mas minha dúvida é: e o meu querido queijo de coalho, carrega também com ele todos esses males? E teria uma quantidade máxima por dia para o queijo sem que ele traga tantos malefícios?
Abraço!