quarta-feira, 29 de abril de 2009
Gripe suína 2: no seu computador!!!
Este alerta é da Cris De Luca, no blog Circuito , e o perigo é bem mais consistente: ontem tirei 13 tentativas de infecção do meu micro, que felizmente não chegou a ser afetado.
Gripe suína: não perca a cabeça
Gosto de receber a newsletter do site www.mercola.com . O dr Mercola é um médico antenado com a promoção da saúde, as verdades comerciais (i.e., vendas de suplementos nutricionais e quejandos no site, mas ninguém é perfeito) e a politicagem geral das doenças e síndromes. Hoje ele colocou online um artigo de 10 páginas - Critical Alert: The Swine Flu Pandemic – Fact or Fiction? - como um alerta, pondo pingos em vários ii e dizendo que não acredita que haja perigo real de epidemia, mas que certamente muitos ficarão mais trilionários com o pretexto da vacinação em massa, paga pelos governos do mundo à cada vez mais poderosa indústria farmacêutica. Sem falar nas pessoas que pagam do próprio bolso por vacinas "especiais".
Entre outras coisas, ele lembra de outras previsões de epidemia que deram em nada:
- gripe suína em 1976, vacinação em massa, pedidos judiciais de indenização no valor de US$1,3 bilhões por pessoas que ficaram paralíticas devido à vacina, 25 mortes pela mesma razão, centenas de pessoas aleijadas ou paraplégicas, e a epidemia nunca se materializou;
- gripe aviária, no início do mandato Bush: o próprio presidente anunciou que dois milhões de pessoas iam morrer na epidemia, ela nunca veio e Mercola escreveu um best-seller, The bird flu hoax (O embuste da gripe aviária).
O artigo esclarece um ponto importante sobre o vírus da próxima suposta epidemia, o A(H1N1): trata-se de uma variação do vírus H1N1, o mesmo da grande gripe de 1918, que teria matado 50 a 100 milhões de pessoas em um ano e meio. Todos os vírus de gripe derivariam dele. Bem; vírus são mutantes, como se sabe. São fabricáveis, como se sabe. A ciência é lenta, como também se sabe, e só agora descobriu que a causa mais provável da morte desse montão de gente remete mais a infecções bacterianas por Streptococus pneumoniae do que ao virus. E as mortes ocorreram em ambientes que haviam sido devastados pela primeira guerra mundial (1914-1918), em pessoas com péssimas condições de vida. Mas o curioso é que essa nova forma do vírus atual contém também material genético das versões aviária e suína da gripe. Essa versão nunca foi vista em humanos ou animais.
Mercola acredita que a culpa pelas gripes suína e aviária em porcos e aves seja consequência dos padrões de risco da criação industrial. Mostra que, apesar do pânico disseminado pela mídia, até agora existem segundo a OMS apenas 26 casos confirmados no México (7 mortes),64 casos nos E.U.A., 6 no Canadá e 1 na Espanha, sem mais mortes. E diz o seguinte:
- Pessoalmente, sou muito cético. Não parece uma epidemia real. Mas levanta uma séria questão a respeito de onde viria esse vírus novinho em folha, nunca antes visto, especialmente se não é contraído através da carne de porco e nunca foi visto em porcos, mas contém traços da gripe aviária - e que, até aqui, parece responder somente ao medicamento Tamiflu. Será que somos tão sortudos, ou... o quê?
Entre outras coisas, ele lembra de outras previsões de epidemia que deram em nada:
- gripe suína em 1976, vacinação em massa, pedidos judiciais de indenização no valor de US$1,3 bilhões por pessoas que ficaram paralíticas devido à vacina, 25 mortes pela mesma razão, centenas de pessoas aleijadas ou paraplégicas, e a epidemia nunca se materializou;
- gripe aviária, no início do mandato Bush: o próprio presidente anunciou que dois milhões de pessoas iam morrer na epidemia, ela nunca veio e Mercola escreveu um best-seller, The bird flu hoax (O embuste da gripe aviária).
O artigo esclarece um ponto importante sobre o vírus da próxima suposta epidemia, o A(H1N1): trata-se de uma variação do vírus H1N1, o mesmo da grande gripe de 1918, que teria matado 50 a 100 milhões de pessoas em um ano e meio. Todos os vírus de gripe derivariam dele. Bem; vírus são mutantes, como se sabe. São fabricáveis, como se sabe. A ciência é lenta, como também se sabe, e só agora descobriu que a causa mais provável da morte desse montão de gente remete mais a infecções bacterianas por Streptococus pneumoniae do que ao virus. E as mortes ocorreram em ambientes que haviam sido devastados pela primeira guerra mundial (1914-1918), em pessoas com péssimas condições de vida. Mas o curioso é que essa nova forma do vírus atual contém também material genético das versões aviária e suína da gripe. Essa versão nunca foi vista em humanos ou animais.
Mercola acredita que a culpa pelas gripes suína e aviária em porcos e aves seja consequência dos padrões de risco da criação industrial. Mostra que, apesar do pânico disseminado pela mídia, até agora existem segundo a OMS apenas 26 casos confirmados no México (7 mortes),64 casos nos E.U.A., 6 no Canadá e 1 na Espanha, sem mais mortes. E diz o seguinte:
- Pessoalmente, sou muito cético. Não parece uma epidemia real. Mas levanta uma séria questão a respeito de onde viria esse vírus novinho em folha, nunca antes visto, especialmente se não é contraído através da carne de porco e nunca foi visto em porcos, mas contém traços da gripe aviária - e que, até aqui, parece responder somente ao medicamento Tamiflu. Será que somos tão sortudos, ou... o quê?
sábado, 25 de abril de 2009
Olha a vida passando, Cristina Tati
Olha a vida passando é uma das telas e também o título da nova exposição de Cristina Tati, na Fundição Progresso, Rio. Desta vez Cristina brincou com palavras e letras, embaralhadas e de repente claríssimas, exatamente como os processos do pensamento. Uma das telas é esta aí em cima, adivinharam? Love.
Vernissage 3a feira, 28/4, às 20 hs, e visitação de 4a a 6a, das 13 às 18 hs. Contatos: cristati@compuland.com.br .
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Temperando o papo pra cozinhar o galo
Sem tempero, não dá. Não dá e já não deu há muito tempo, tanto que quase todo mundo põe alho e louro no feijão, quiçá pimenta; alho e cebola no arroz, talvez tomate, minha mãe, louro; e assim orégano na pizza, pimenta no acarajé, coentro no peixe, cravo no doce, canela na banana, limão na salada. Por quê? Porque é bom.
Bom na hora em que cheira, já fazendo salivar de gosto e abrindo perspectivas deliciosas para dali a pouco. Bom dentro da boca, estimulando o apetite com mais suco gástrico. Bom depois de comer, o corpo leve e a alma tranquila: pode-se repetir aquele prazer sem dor.
Os temperos, ou condimentos, ou especiarias, caracterizam-se por algum sabor ou aroma especial da planta que é atraente para nós e repelente para outros animais e insetos. Podem ser sementes, como erva-doce, cominho, mostarda, cardamomo; folhas frescas ou secas, como manjericão, alecrim, tomilho, salsa; bulbos, como alho e cebola; frutas, como limão, manga, laranja, romã; cascas, como canela; rizomas, como gengibre; partes da flor, como cravo e açafrão. O segredo é não usar em excesso. E não usar mal: o alho, por exemplo, nunca deveria ser dourado – perde o efeito benéfico e dá bafo.
Pelo menos 40 temperos têm grande presença no mercado internacional. Outros 100 têm uso mais regional, sozinhos ou em misturas que dão sabor característico àquela culinária.
Sentir o verdadeiro sabor de curry, por exemplo, é privilégio dos que vão ao sul da Índia, ao sul da África, à Malaísia ou ao Sri Lanka. Ele vem das folhas frescas de uma árvore nativa, a Karivepallai or Kadipatta (Bergera koenigii), que os ingleses chamam de Curry tree. É leve e agradável e lembra um pouco a tangerina.
Já o que conhecemos por aqui como curry, aquele pó amarelo em latinhas ou pacotinhos made in India, tem um sabor meio padronizado que nos acostumamos a reconhecer como o tempero indiano por excelência, ou seja, curry. Só que na Índia existem mil receitas de curry. Que nem se chama curry, mas garam masala no norte da Índia e sambaar podi no sul.
Uma receita de curry em pó:
2 colheres (sopa) de sementes de coentro
1 de sementes de cominho
1 de sementes de cardamomo
1 de cúrcuma (açafrão-da-terra) em pó
2 colheres (chá) de páprica doce ou picante
1 de canela em pó
1 de cravo
Moer ou bem fino em máquina ou pilão, misturar e guardar em vidro tampado.
Ah, você tem uma receita de curry diferente? Tudo bem, não há regra: na Índia, cada família faz a mistura de um jeito, que também varia conforme o prato a ser preparado. O cominho e as sementes de coentro geralmente estão presentes. E não deve faltar cúrcuma, aquele pó amarelo-alaranjado que dá cor a qualquer coisa, do queijo cheddar à roupa dos monges, e é bom para a pele, protege o fígado, atua contra o câncer, realça o sabor da comida, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatório, antioxidante, calmante e protetor do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que é saboroso e perfumado.
Todos esses temperos evitam gases, que se formam quando o processo de digestão da comida não consegue dar conta de tudo o que se comeu. O que sobra vira muco, fermenta e forma bolhas de gás por todo o tubo digestivo, provocando ansiedade, falta de concentração, nervosismo, mal-estar, dores e até soluços, entre outras coisas. Caiu a ficha? Temperar é preciso. Comer, nem sempre.
Bom na hora em que cheira, já fazendo salivar de gosto e abrindo perspectivas deliciosas para dali a pouco. Bom dentro da boca, estimulando o apetite com mais suco gástrico. Bom depois de comer, o corpo leve e a alma tranquila: pode-se repetir aquele prazer sem dor.
Os temperos, ou condimentos, ou especiarias, caracterizam-se por algum sabor ou aroma especial da planta que é atraente para nós e repelente para outros animais e insetos. Podem ser sementes, como erva-doce, cominho, mostarda, cardamomo; folhas frescas ou secas, como manjericão, alecrim, tomilho, salsa; bulbos, como alho e cebola; frutas, como limão, manga, laranja, romã; cascas, como canela; rizomas, como gengibre; partes da flor, como cravo e açafrão. O segredo é não usar em excesso. E não usar mal: o alho, por exemplo, nunca deveria ser dourado – perde o efeito benéfico e dá bafo.
Pelo menos 40 temperos têm grande presença no mercado internacional. Outros 100 têm uso mais regional, sozinhos ou em misturas que dão sabor característico àquela culinária.
Sentir o verdadeiro sabor de curry, por exemplo, é privilégio dos que vão ao sul da Índia, ao sul da África, à Malaísia ou ao Sri Lanka. Ele vem das folhas frescas de uma árvore nativa, a Karivepallai or Kadipatta (Bergera koenigii), que os ingleses chamam de Curry tree. É leve e agradável e lembra um pouco a tangerina.
Já o que conhecemos por aqui como curry, aquele pó amarelo em latinhas ou pacotinhos made in India, tem um sabor meio padronizado que nos acostumamos a reconhecer como o tempero indiano por excelência, ou seja, curry. Só que na Índia existem mil receitas de curry. Que nem se chama curry, mas garam masala no norte da Índia e sambaar podi no sul.
Uma receita de curry em pó:
2 colheres (sopa) de sementes de coentro
1 de sementes de cominho
1 de sementes de cardamomo
1 de cúrcuma (açafrão-da-terra) em pó
2 colheres (chá) de páprica doce ou picante
1 de canela em pó
1 de cravo
Moer ou bem fino em máquina ou pilão, misturar e guardar em vidro tampado.
Ah, você tem uma receita de curry diferente? Tudo bem, não há regra: na Índia, cada família faz a mistura de um jeito, que também varia conforme o prato a ser preparado. O cominho e as sementes de coentro geralmente estão presentes. E não deve faltar cúrcuma, aquele pó amarelo-alaranjado que dá cor a qualquer coisa, do queijo cheddar à roupa dos monges, e é bom para a pele, protege o fígado, atua contra o câncer, realça o sabor da comida, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatório, antioxidante, calmante e protetor do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que é saboroso e perfumado.
Todos esses temperos evitam gases, que se formam quando o processo de digestão da comida não consegue dar conta de tudo o que se comeu. O que sobra vira muco, fermenta e forma bolhas de gás por todo o tubo digestivo, provocando ansiedade, falta de concentração, nervosismo, mal-estar, dores e até soluços, entre outras coisas. Caiu a ficha? Temperar é preciso. Comer, nem sempre.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Crianças na cozinha
"O que as crianças podem aprender enquanto cozinham? Cozinhar é uma coisa que as crianças gostam quase tanto quanto comer. Elas adoram o processo todo de medir ingredientes, adicioná-los, criar formas, cores e texturas inusitadas e depois comer aquilo que produziram com tanta alegria."
Quem diz isto é a culinarista Pat Feldman, que põe a coisa em prática com um grupo de 20 crianças, entre elas seu filho, em oficinas do projeto Crianças na Cozinha, detalhes e receitas em www.pat.feldman.com.br .
Pat faz a linha da alimentação limpa e de alto valor biológico, pesquisando sempre novas receitas e melhores ingredientes. É casada com um médico que também vive fazendo pesquisas, o Alexandre Feldman, especializadíssimo em enxaquecas - www.enxaqueca.com.br.
Proporcionar boas experiências de comida & cozinha às crianças é tão importante que toda iniciativa nesse sentido merece, no mínimo, ser acompanhada. Muita felicidade para todas as crianças na cozinha!
domingo, 19 de abril de 2009
A cúrcuma sob o olhar científico
Informação do National Institutes of Health, do governo dos USA
O rizoma da cúrcuma (Curcuma Longa Linn.) é usado há muito tempo na medicina tradicional da Ásia para tratar problemas gastrointestinais, dores artríticas e queda de energia. Pesquisas de laboratório e animais demonstraram propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e anticâncer da cúrcuma e de seu constituinte curcumina. A evidência preliminar em humanos, apesar de pobre em qualidade, sugere possível eficácia no trato de dispepsia (azia), hiperlipidemia (colestrol alto) e escabiose, ou sarna (quando usada na pele).
Muito mais em http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/natural/patient-turmeric.html .
Cúrcuma x cupins
Bom, a cúrcuma não cessa de se mostrar. Acabo de ler O afinador de piano, de Daniel Mason, Cia das Letras, que se passa principalmente nas entranhas úmidas e montanhosas da Birmânia. Lá pelas tantas o personagem-título, um londrino, abre o piano de cauda que foi chamado a afinar e sente um cheiro forte. "Desconhecido, pesado, lembrando o caril." O que era? Cúrcuma. Um costume dos chans da Birmânia para proteger a madeira do ataque dos cupins: esfregar cúrcuma em pó.
sábado, 18 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Cúrcuma, ou açafrão-da-terra: todo dia
Temperar é preciso, comer não é preciso. Alimentos podem encher a barriga, mas o que lhes dá mais alcance, profundidade e transcendência são as especiarias.
A cúrcuma, que em inglês se chama turmeric e em hindu haridra, é um desses temperos com os quais a vida melhora muito. E seu valor medicinal é tão grande que faz toda comida virar remédio.
Na feira você vai encontrá-la em forma de um pó amarelo-ouro que realça o sabor da comida e dá cor a qualquer coisa, do curry indiano à roupa dos monges. É boa para a pele, baixa o colesterol, protege o fígado, atua contra o câncer, trata a artrite, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatória, antimicrobiana, antioxidante, depurativa, desintoxicante, calmante e protetora do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que ajuda a formar o muco protetor do estômago e é muito útil em gripes, resfriados e dor de garganta.
Seu apelido “açafrão-da-terra” se deve à semelhança da cor da cúrcuma com a dos caríssimos estigmas da flor de açafrão, Crocus sativus, que dão um inigualável aroma e cor amarelada aos pratos com eles preparados na Espanha, na Índia, no Irã. Cento e cinquenta mil flores são necessárias para produzir um quilo de estigmas de açafrão – minúsculos filamentos que, dentro da flor, recolhem o pólen.
Já a cúrcuma (Curcuma longa) é irmã do gengibre e da galanga: fora da terra dá folha e flor, dentro guarda em segredo uns dedinhos tortos, marrom-alaranjados, que se pode usar frescos no inverno, quando são colhidos, para depois cozinhar no vapor, secar e moer os que sobrarem. Frescos: ralar, espremer, juntar o caldo no tempero do camarão, do peixe, do frango, do arroz ou dos legumes na hora de refogar. Em pó: guardar num vidro, misturar com outros temperos como fazem na Índia, usar um pouquinho em tudo o que for cozinhar – 1/4 a 1/2 colher (chá) por dia no total. Combina bem com gengibre, cardamomo, semente de coentro. Misturada a gorduras, a absorção (da cúrcuma) aumenta.
CHÁ Para gripe ou resfriado persistentes: 1 colher (chá) de cúrcuma em pó, 500 ml de água fervendo. Deixar em infusão durante 10 minutos. Tomar 3 vezes ao dia com um pouquinho de mel.
LAMBEDOR Para dor de garganta, polvilhar 1 colher (chá) de mel com pitadinhas de cúrcuma e lamber devagarinho.
A cúrcuma, que em inglês se chama turmeric e em hindu haridra, é um desses temperos com os quais a vida melhora muito. E seu valor medicinal é tão grande que faz toda comida virar remédio.
Na feira você vai encontrá-la em forma de um pó amarelo-ouro que realça o sabor da comida e dá cor a qualquer coisa, do curry indiano à roupa dos monges. É boa para a pele, baixa o colesterol, protege o fígado, atua contra o câncer, trata a artrite, ajuda a digestão das proteínas, promove a absorção e regula o metabolismo, além de ser antiinflamatória, antimicrobiana, antioxidante, depurativa, desintoxicante, calmante e protetora do sistema cardiovascular. Chega? Não: faltou dizer que ajuda a formar o muco protetor do estômago e é muito útil em gripes, resfriados e dor de garganta.
Seu apelido “açafrão-da-terra” se deve à semelhança da cor da cúrcuma com a dos caríssimos estigmas da flor de açafrão, Crocus sativus, que dão um inigualável aroma e cor amarelada aos pratos com eles preparados na Espanha, na Índia, no Irã. Cento e cinquenta mil flores são necessárias para produzir um quilo de estigmas de açafrão – minúsculos filamentos que, dentro da flor, recolhem o pólen.
Já a cúrcuma (Curcuma longa) é irmã do gengibre e da galanga: fora da terra dá folha e flor, dentro guarda em segredo uns dedinhos tortos, marrom-alaranjados, que se pode usar frescos no inverno, quando são colhidos, para depois cozinhar no vapor, secar e moer os que sobrarem. Frescos: ralar, espremer, juntar o caldo no tempero do camarão, do peixe, do frango, do arroz ou dos legumes na hora de refogar. Em pó: guardar num vidro, misturar com outros temperos como fazem na Índia, usar um pouquinho em tudo o que for cozinhar – 1/4 a 1/2 colher (chá) por dia no total. Combina bem com gengibre, cardamomo, semente de coentro. Misturada a gorduras, a absorção (da cúrcuma) aumenta.
CHÁ Para gripe ou resfriado persistentes: 1 colher (chá) de cúrcuma em pó, 500 ml de água fervendo. Deixar em infusão durante 10 minutos. Tomar 3 vezes ao dia com um pouquinho de mel.
LAMBEDOR Para dor de garganta, polvilhar 1 colher (chá) de mel com pitadinhas de cúrcuma e lamber devagarinho.
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sexta-feira, 10 de abril de 2009
...e felizes chocolates
Vocês leram nos jornais que chocolate amargo é ótimo para o coração? Ajuda a manter a pressão baixa, limpa as artérias, combate os radicais livres, em três palavras: é o máximo. Chocolate, como todo mundo de bom gosto sabe, é a coisa mais perfeita já inventada pelo ser humano. Basta dizer que muita gente só compara chocolate a orgasmo, e assim mesmo depende do orgasmo. E é muito mais prático, já que pode ser saboreado sem problemas na frente de todo mundo, em qualquer lugar e hora, por qualquer pessoa de qualquer idade.
Essa delícia universal surgiu há mais de três mil anos entre os povos maias, toltecas e astecas. Era uma bebida especialíssima feita de sementes de cacau, torradas e socadas no pilão com pimenta, baunilha, urucum e às vezes milho, mel e flores secas. Chamava-se xocoatl, ou água amarga. Bebia-se quente ou fria. Os espanhóis, que enlouqueceram com ela no México, em 1519, levaram a fórmula para a Espanha e a trancafiaram nos mosteiros. Mas ela conseguiu escapar do claustro, entrou na história e em 1606 o chocolate já começava a ser bebido na Europa. Só em 1847 surgiu o primeiro chocolate em barra.
O grande barato do chocolate é que ele acalma e excita ao mesmo tempo. É rico em estimulantes como cafeína e teobromina, e alguns de seus aminoácidos conseguem alterar as propriedades das células nervosas de forma idêntica ao thc da maconha, ou seja, mudando a onda.
Com chocolate as pessoas ficam mais eufóricas mas também mais distraídas. Ele acelera os batimentos do coração, aumenta a pressão sanguínea e eleva o nível de glicose no sangue, proporcionando uma sensação de bem-estar físico semelhante somente à do pós-coito. Seu poder estimulante vem principalmente da cafeína, que age sobre o sistema nervoso central, coração, circulação sanguínea e rins; combate a depressão respiratória, reduz o cansaço, melhora a coordenação motora, aumenta a atividade sensorial e afasta o sono. Em compensação, pode causar irritabilidade, ansiedade, nervosismo, tremores, dor de cabeça e insônia.
Esse quase santo remédio, embora seja feito com uma gordura saturada que é a manteiga de cacau, não só não aumenta a taxa de colesterol do sangue como ainda ajuda a evitar que o colesterol se aglomere nas paredes das artérias.
Médicos do início do século consideravam o chocolate puro um alimento substancial e salutar, estimulante dos órgãos digestivos, reparador, conveniente aos temperamentos fracos e às pessoas idosas. E muitas fontes juram que ele não faz mal ao fígado, cada um que se entenda com o seu.
Brillat-Savarin, o maior gastrônomo da história (1755-1826), fez assim sua louvação ao chocolate: – É um poderoso restaurador. Se alguém tiver trabalhado demais em vez de dormir, alguém que se sentir temporariamente fraco das ideias, alguém que sinta o ar sufocante, o tempo custando a passar e a atmosfera impossível de suportar, deixem alguém que esteja atormentado por uma obsessão que o impeça de pensar com clareza, deixem que todos eles se tratem com meio litro de chocolate... e verão acontecer um milagre.
O Brasil demorou a ter bons chocolates amargos, com mais massa de cacau, portanto mais benéficos. Agora começam a chegar ao mercado inovações que valorizam o lado amargo da vida.
Lendas maias e astecas dizem que as sementes de cacau vieram do paraíso para dar sabedoria e poder a quem as come. Portanto, irmãos, comei chocolate e lambuzai-vos! Lembrai-vos, porém, de que muita sabedoria emburrece e muito poder enfraquece, portanto cuidai de poupar o prazer – apenas para que ele seja maior e mais intenso, e que se repita muitas, muitas e muitas vezes, amém.
Essa delícia universal surgiu há mais de três mil anos entre os povos maias, toltecas e astecas. Era uma bebida especialíssima feita de sementes de cacau, torradas e socadas no pilão com pimenta, baunilha, urucum e às vezes milho, mel e flores secas. Chamava-se xocoatl, ou água amarga. Bebia-se quente ou fria. Os espanhóis, que enlouqueceram com ela no México, em 1519, levaram a fórmula para a Espanha e a trancafiaram nos mosteiros. Mas ela conseguiu escapar do claustro, entrou na história e em 1606 o chocolate já começava a ser bebido na Europa. Só em 1847 surgiu o primeiro chocolate em barra.
O grande barato do chocolate é que ele acalma e excita ao mesmo tempo. É rico em estimulantes como cafeína e teobromina, e alguns de seus aminoácidos conseguem alterar as propriedades das células nervosas de forma idêntica ao thc da maconha, ou seja, mudando a onda.
Com chocolate as pessoas ficam mais eufóricas mas também mais distraídas. Ele acelera os batimentos do coração, aumenta a pressão sanguínea e eleva o nível de glicose no sangue, proporcionando uma sensação de bem-estar físico semelhante somente à do pós-coito. Seu poder estimulante vem principalmente da cafeína, que age sobre o sistema nervoso central, coração, circulação sanguínea e rins; combate a depressão respiratória, reduz o cansaço, melhora a coordenação motora, aumenta a atividade sensorial e afasta o sono. Em compensação, pode causar irritabilidade, ansiedade, nervosismo, tremores, dor de cabeça e insônia.
Esse quase santo remédio, embora seja feito com uma gordura saturada que é a manteiga de cacau, não só não aumenta a taxa de colesterol do sangue como ainda ajuda a evitar que o colesterol se aglomere nas paredes das artérias.
Médicos do início do século consideravam o chocolate puro um alimento substancial e salutar, estimulante dos órgãos digestivos, reparador, conveniente aos temperamentos fracos e às pessoas idosas. E muitas fontes juram que ele não faz mal ao fígado, cada um que se entenda com o seu.
Brillat-Savarin, o maior gastrônomo da história (1755-1826), fez assim sua louvação ao chocolate: – É um poderoso restaurador. Se alguém tiver trabalhado demais em vez de dormir, alguém que se sentir temporariamente fraco das ideias, alguém que sinta o ar sufocante, o tempo custando a passar e a atmosfera impossível de suportar, deixem alguém que esteja atormentado por uma obsessão que o impeça de pensar com clareza, deixem que todos eles se tratem com meio litro de chocolate... e verão acontecer um milagre.
O Brasil demorou a ter bons chocolates amargos, com mais massa de cacau, portanto mais benéficos. Agora começam a chegar ao mercado inovações que valorizam o lado amargo da vida.
Lendas maias e astecas dizem que as sementes de cacau vieram do paraíso para dar sabedoria e poder a quem as come. Portanto, irmãos, comei chocolate e lambuzai-vos! Lembrai-vos, porém, de que muita sabedoria emburrece e muito poder enfraquece, portanto cuidai de poupar o prazer – apenas para que ele seja maior e mais intenso, e que se repita muitas, muitas e muitas vezes, amém.
sábado, 4 de abril de 2009
Óleo de coco rançoso? Devolva!
Aconteceu comigo duas vezes: abri o vidro e o óleo não estava com aquele cheirinho bom de coco. Botei na boca e ela ficou amarga. O nome disso é ranço.
Calor, ar, luz, traços de metal (ferro, zinco, o metal da tampa), sal, água, bactérias e fungos, tudo isso faz a gordura ficar rançosa mais rápido, onde quer que esteja. Manteiga rançosa é muito comum. Azeite que dura muito, rança. Pimenta em azeite. Todos os óleos. Castanhas de caju e do-pará, como todas as outras oleaginosas, rançam: a gente morde e sente o amarguinho, ou amargão, e conforme for engole ou cospe. E é melhor cuspir mesmo, porque gordura rançosa exerce um efeito nocivo sobre todas as gorduras boas que estão dentro do corpo. Em excesso, estressa muito e a gente fica um ranço só.
Tenho recomendado óleo virgem de coco a todo mundo, especialmente para combater fungos. Olho vivo: se estiver rançoso, devolva.
Calor, ar, luz, traços de metal (ferro, zinco, o metal da tampa), sal, água, bactérias e fungos, tudo isso faz a gordura ficar rançosa mais rápido, onde quer que esteja. Manteiga rançosa é muito comum. Azeite que dura muito, rança. Pimenta em azeite. Todos os óleos. Castanhas de caju e do-pará, como todas as outras oleaginosas, rançam: a gente morde e sente o amarguinho, ou amargão, e conforme for engole ou cospe. E é melhor cuspir mesmo, porque gordura rançosa exerce um efeito nocivo sobre todas as gorduras boas que estão dentro do corpo. Em excesso, estressa muito e a gente fica um ranço só.
Tenho recomendado óleo virgem de coco a todo mundo, especialmente para combater fungos. Olho vivo: se estiver rançoso, devolva.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Pensamento chinês
Só aquele que encara despreocupadamente as coisas com que se preocupam os homens pode preocupar-se com as coisas que os homens encaram despreocupadamente.
Chang Ch'ao
Chang Ch'ao
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